Perfil: histórias mirabolantes e mal contadas formam histórico de Patrícia Lélis; Confira

Nas redes sociais, a estudante Patrícia Lélis é descrita como uma figura controversa, com histórias fantasiosas e não comprovadas. E o volume dessas narrativas não é pequeno, muito pelo contrário.
Dentre as situações narradas por Patrícia Lélis, ela já teria feito estágio no jornal The New York Times, agendado casamento no castelo da Cinderela, na Disney e trabalhado como embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Essas histórias – que podem terminar sendo estórias – foram garimpadas ao longo dos últimos dias, através de pesquisas feitas no Facebook e em outras mídias sociais. O portal Metrópoles, que já havia entrevistado a estudante a respeito de seus planos de se casar na Disney, publicou o vídeo de um depoimento dela sobre o alegado primeiro estupro, que terminou não indo ao ar porque a história “não podia ser comprovada”.
Hoje, Patrícia de Oliveira Souza Lélis é uma sub-celebridade que coleciona pelo menos cinco ocorrências policiais no Distrito Federal, em que a estudante teria sofrido lesão corporal, injúria, difamação pela internet e o suposto primeiro estupro, perpetrado por um técnico chamado para consertar a máquina de lavar da família.
O que chama a atenção no caso desse estupro é que ele teria acontecido na própria casa da estudante, em maio de 2010, mas o Boletim de Ocorrência sobre o caso foi registrado em setembro de 2015.
As jornalistas Kelly Almeida e Gabriela de Almeida dizem que essas situações “integram um extenso rol de histórias mal contadas que envolvem o nome da jovem”.
Patrícia afirmou em diversas ocasiões, nas redes sociais, ser filha de um empresário do ramo de transportes, mas seu pai trabalha com caminhões e vende ovos de galinha, de acordo com os vizinhos.
No B. O. de setembro do ano passado, quando denunciou o estupro de seis anos atrás, ela informou o endereço errado, dando o número da maior casa da rua onde mora. Novamente, os vizinhos revelaram que a família vive na mesma rua, mas numa casa menor e humilde.
“Só conheço a Patrícia de vista. Ela não anda muito por aqui. Mas tenho contato com os pais dela. São pessoas bem simples e discretas”, afirmou uma moradora.
Veja o vídeo em que Patrícia narra o suposto estupro de 2010:

Empregos

Como é estudante de jornalismo pela UniCeub, Patrícia Lélis estagiou em redações e em assessorias de Brasília, e em cada um desses lugares, contou uma história mirabolante diferente sobre sua vida pessoal.
Em um dos empregos, disse que seu carro foi roubado e os ladrões causaram um acidente, que deixou uma vítima fatal. Porém, não existem registros de ocorrência sobre esse crime, muito menos notícias nos veículos de imprensa do Distrito Federal.
A outro empregador, a estudante afirmou que tinha feito estágio no NYT, apontado como um dos maiores jornais do mundo, além de ter sido embaixadora da ONU.
Em uma entrevista concedida sobre casamentos, disse que ficou noiva na Disney e ela e o noivo teriam decidido casar por lá. No entanto, os administradores do parque afirmam que o local não recebe cerimônias.

Doença

Nas redes sociais, alguns dos colegas de Patrícia disseram ter ouvido histórias dela sobre um suposto câncer no cérebro que ela teria tido, mas nunca comprovou os relatos ou mostrou estar em tratamento.
De acordo com o Metrópoles, 24 pessoas foram ouvidas para traçar o perfil da estudante, e todos contaram situações “contraditórias ou fantasiosas”, mas pediram anonimato para evitar retaliações.
As acusações feitas contra Feliciano, porém, são vistas com ressalvas em relação a ambos os envolvidos: “Ela pode ter narrado histórias desconexas no passado, o que não justifica duvidar de algo tão grave como uma tentativa de estupro”, afirmou uma colega da faculdade, em anonimato, ao portal brasiliense.

Feliciano

Thiago Vanzeler é apontado por Patrícia Lélis como testemunha na ocorrência registrada por Patrícia Lélis em São Paulo, quando acusou também o chefe de gabinete de Feliciano de cárcere privado e coação.
“Ela falou que me mandou as provas [contra Feliciano] por precaução, mas só as enviou quando tudo já estava sendo divulgado nas redes sociais. Ela queria que eu as compartilhasse no grupo do PSC Jovem Nacional, mas eu não fiz isso”, disse, negando ser amigo da estudante: “Eu mal falo com ela. Conversei por WhatsApp e só a vi uma vez pessoalmente”.
No Facebook, ele comenta abertamente o assunto, demonstrando sentir-se em uma enrascada: “Se uma pessoa acusa outra pessoa de algo e no B.O. ela te cita como alguém que sabe de outros casos semelhantes em que o acusado teria feito o mesmo, mas que na verdade você só soube desses supostos casos porque essa pessoa que te citou é a mesma que te informou desses supostos casos. Ou seja, você não tem prova nenhuma pra fundamentar tal citação mas você tá lá como alguém que sabe. O que você faria?”, questionou.

Polícia

A Polícia Civil de São Paulo quer interrogar novamente a estudante a respeito da acusação de cárcere privado e coação que ela fez contra Talma Bauer, assessor de Marco Feliciano (PSC-SP).
Segundo informação veiculada pelo G1, o delegado Luiz Roberto Hellmeister, titular do 3º Distrito Policial (DP) acredita que ela “mentiu” quando depôs a primeira vez. “A investigação quer ouvi-la novamente porque recebeu alguns documentos que precisam de esclarecimentos dela”, disse Hellmeister.
Ele confirmou que irá indiciar Patrícia por denunciação caluniosa e extorsão, pois ela teria cobrado R$ 300 mil do chefe de gabinete de Feliciano para gravar um vídeo desmentindo as acusações de tentativa de estupro, assédio sexual e agressão que fez contra o deputado.

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