Dia Mundial da Água: Ações da Codevasf promovem uso sustentável dos recursos hídricos

Nesta quarta-feira (22) celebra-se o Dia Mundial da Água, data instituída pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993. O dia é saudado anualmente por gestores e membros do corpo técnico da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), instituição que tem a água como eixo condutor de suas ações.

“A Codevasf é uma empresa pública cuja missão é promover desenvolvimento nas regiões em que atua. Água de qualidade é o ingrediente fundamental para que possamos cumprir essa missão institucional. O pensamento do corpo técnico e dos gestores da empresa está sempre direcionado para a proteção da água, para seu uso sustentável e para a ampliação do número de pessoas com acesso a ela para múltiplos usos”, afirma Kênia Marcelino, presidente da Companhia.

Neste ano, o tema do Dia Mundial da Água é “Águas residuais” – o termo designa os recursos hídricos que após serem utilizados em alguma atividade humana deixam de ser próprios para consumo, mas que podem ser tratados para reaproveitamento ou para adequada reabsorção pela natureza. Segundo a ONU, mais de 80% do esgoto produzido no mundo volta à natureza sem ser tratado e cerca de 1,8 bilhão de pessoas usam fontes de água contaminadas por fezes.

Nesse contexto, a Codevasf tem envidado constantes esforços para preservar a água das áreas em que atua. Desde 2007, a empresa investiu mais de R$ 1,3 bilhão na implantação de sistemas de esgotamento sanitário e ligações domiciliares de coleta apenas em municípios da Bacia do Rio São Francisco. Ao todo, 90 sistemas tiveram obras concluídas: 85 na Bacia do São Francisco e 5 na Bacia do Rio Parnaíba.

Eficiência do tratamento de esgoto

Os sistemas de esgotamento sanitário que já encontram-se em operação na Bacia do São Francisco estão localizados em municípios de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Alagoas e beneficiam diretamente mais de 600 mil pessoas. Os benefícios do saneamento, entretanto, transcendem as áreas cobertas diretamente pelos sistemas. A contenção de um foco de contaminação repercute positivamente na saúde de todo o rio, assim como de toda a população que depende dele.

A eficiência do tratamento de esgoto dos sistemas de esgotamento que estão ativos na Bacia do São Francisco é de cerca de 90%. O cálculo é baseado na Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5) dos esgotos dos municípios. A DBO5 é o indicador da quantidade de oxigênio necessária para que ocorra a degradação da matéria orgânica que compõe os esgotos. Assim, atualmente a demanda de oxigênio para que o efluente tratado pelos sistemas seja diluído e totalmente degradado pelos corpos d’água é expressivamente inferior ao que seria necessário caso não existissem esses sistemas.

Os sistemas de esgotamento implantados pela Codevasf são compostos por estruturas como redes coletoras, ligações prediais e estações elevatórias e de tratamento. Entre os benefícios associados aos sistemas destacam-se a minimização de focos de doenças e a despoluição do subsolo e de corpos hídricos.

“A Codevasf, como parte do Governo Federal, é criteriosa na fiscalização e na entrega das obras de sistemas de esgotamento sanitário. São obras de fundamental importância para a saúde das populações atendidas. Como elas geram custos ao cidadão, por vezes o prefeito necessita de um planejamento para receber o empreendimento. Assim, além dos aspectos técnicos sobre águas residuais, também precisamos discutir aspectos políticos e sociais envolvidos na questão, para aumentar continuamente a eficácia do processo de entrega das obras aos municípios”, avalia Inaldo Guerra, diretor da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Codevasf.

Outras ações

Além do tratamento de esgotos, os trabalhos da Companhia voltados para a conservação dos recursos hídricos e para a garantia de acesso a esses recursos pela população incluem instalação de cisternas para captação de água da chuva em benefício de famílias desassistidas em áreas rurais; instalação de barragens de pequeno porte para dessedentação de animais; implantação de sistemas de abastecimento de água e realização de obras e projetos de controle de processos erosivos e gestão de resíduos sólidos. Mais de R$ 1,85 bilhão foram investidos pela Codevasf desde 2008 em ações dessa natureza na Bacia do São Francisco.

O trabalho de recuperação ambiental e controle de processos erosivos é realizado por diferentes métodos: revegetação; cercamento e proteção de nascentes, matas ciliares e topos de morro; e readequação de estradas vicinais e estabilização de margens, entre outros. Uma das principais finalidades dessas ações é captar e acumular águas pluviais, aumentando assim sua infiltração no solo e promovendo o abastecimento dos lençóis freáticos. As ações também ajudam a reduzir o escoamento superficial da água, o que evita o arraste de sedimentos, o empobrecimento do solo e o assoreamento dos cursos d’água.

“A conservação da água, a proteção dos mananciais e o uso racional, sustentável e consciente dos recursos hídricos, assim como a proteção da vegetação e do meio ambiente como um todo, são responsabilidades que cabem a todos. Individual e coletivamente todos podemos somar esforços para que a água seja aproveitada em todo o seu potencial, a custos acessíveis, pelo maior número possível de pessoas”, frisa a presidente da Codevasf.

Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água é celebrado anualmente sob a coordenação da Organização das Nações Unidas. O objetivo da data é atrair a atenção de governos, de setores produtivos e da sociedade civil para a necessidade de ações de proteção dos recursos hídricos e de promoção de amplo acesso a água limpa.

De acordo com a ONU, atualmente mais de 663 milhões de pessoas no mundo vivem sem uma fonte segura de água próxima de casa. A cada ano, 842 mil mortes são causadas por falta de saneamento e higiene, bem como pelo consumo de água imprópria. Dados divulgados neste mês pela Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a cada ano 361 mil crianças de até cinco anos morrem por diarreia porque não têm acesso a água potável, esgoto e higiene.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, lançados em 2015, incluem entre suas metas globais assegurar até 2030 a melhoria da qualidade da água com medidas como redução da poluição, diminuição da proporção de águas residuais não-tratadas e aumento substancial da reciclagem e do reuso seguro da água.

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