SAF abre inscrições para chamada pública que beneficiará Escolas de Campo de Formação por Alternância no valor de R$ 600 mil

Governador Flávio Dino realizou a abertura da 1° Agritec do município de Zé Doca que reúne agricultores e produtores familiares de 18 municípios da região. Foto: Gilson Teixeira/Secap

O Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar – SAF abriu, nesta segunda-feira (27), as inscrições para a Chamada Pública, no valor de R$ 600 mil, que vai beneficiar projetos visando a modernização e o fortalecimento das práticas pedagógicas das Escolas de Campo de Formação por Alternância.

O objetivo da chamada pública é apoiar financeiramente projetos produtivos e de geração de renda apresentados por Organizações da Sociedade Civil, representantes das Escolas do Campo de Formação por Alternância e de fortalecimento das atividades da agricultura familiar e do extrativismo.

É importante ressaltar que os recursos destinados ao apoio dos projetos que forem selecionados são de caráter não reembolsável e oriundo do Fundo Maranhense de Combate à Pobreza – FUMACOP. Cada projeto poderá ter o valor mínimo de R$ 100 mil e o valor máximo de R$ 300 mil.

A entrega dos projetos e documentos exigidos no edital deve ser feita em envelope lacrado, no Protocolo da SAF, localizada na Avenida São Luís Rei de França, Lote E1 – C, bairro Turu, em São Luís, nos horários 13h às 18h. As inscrições estarão abertas no período de 27 de março de 2017 a 27 de abril de 2017.

De acordo com o gestor da pasta de Agricultura Familiar do Estado, o secretário Adelmo Soares, ações como essa incentivam os alunos do campo a aprenderem no ambiente em que vivem, diminuindo a evasão escolar em áreas rurais por falta de educação adequada no campo. “Com o incentivo financeiro dos projetos das Escolas de Campo de Formação por Alternância, os alunos do meio rural terão estrutura adequada para aprender no campo e praticar o que aprenderam em sala de aula dentro da sua propriedade. Acreditamos que o Governo do Estado segue no caminho certo priorizando o conhecimento e a produção”, explicou.

Para a secretária adjunta de Extrativismo, Povos e Comunidades Tradicionais da SAF, Luciene Dias, essa chamada pública representa o reconhecimento do Governo do Estado para com essas escolas. “É uma chamada que tem sua importância tanto na manutenção desses sistemas escolares da pedagogia da alternância como também para conectar o aluno dessas escolas com o mercado local”, explicou. A secretária acrescentou que “os sistemas de produção que serão apoiados pela chamada envolvem a criação de pequenos animais, piscicultura, aproveitamento do extrativismo e de produtos que podem ser beneficiados gerando novos alimentos tanto pra manutenção das escolas como para o mercado local, abastecendo as feiras nos municípios”, finalizou.

Escolas de Campo de Formação por Alternância

A Pedagogia de Alternância é uma proposta usada em áreas rurais para mesclar períodos em regime de internato na escola com outros em casa. Por 30 anos, a metodologia foi aplicada no Brasil por associações comunitárias sem o reconhecimento oficial. Agora, o Ministério da Educação (MEC) aceitou a Alternância como método de ensino. Esse tipo de ensino foi criado por camponeses da França em 1935. O objetivo era evitar que os filhos gastassem a maior parte do dia no caminho de ida e volta para a escola ou que tivessem de ser enviados de vez para morar em centros urbanos.

No Brasil, a iniciativa chegou com uma missão jesuíta, no Espírito Santo, em 1969. A metodologia se espalhou por 20 estados, em áreas onde o transporte escolar é difícil e a maioria dos pais trabalha no campo. Os alunos têm as disciplinas regulares do currículo do Ensino Fundamental e do Médio, além de outras voltadas à agropecuária. Quando retornam para casa, devem desenvolver projetos e aplicar as técnicas que aprenderam em hortas, pomares e criações.

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