Caso Mariele Franco:PMs da chacina de Osasco teriam vendido munição para policiais do RJ

Uma testemunha, cujo nome é mantido em sigilo pela Polícia Civil de São Paulo, informou que os policiais militares envolvidos na maior chacina da história do Estado levavam munição para vender a PMs do Rio de Janeiro.

O relato foi dado a investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) durante a investigação do assassinato de 23 pessoas em Osasco e Carapicuíba, em agosto de 2015.

Munições de calibre 9 mm encontrados na época são do mesmo lote dos que teriam sido usadas na execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes, na noite de quarta-feira no Rio de Janeiro.

Policiais civis que trabalharam na investigação da chacina ocorrida na Grande São Paulo contaram, sob a condição de anonimato, que uma das testemunhas disse mais de uma vez aos investigadores que trabalhavam no caso que os policiais militares e guardas envolvidos na chacina tinham acesso a munição e costumavam viajar até o Rio de Janeiro para vender o material para PMs cariocas.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu que a munição 9 mm usada no assassinato da vereadora era do lote UZZ-18 que foi comprado pela Polícia Federal entre 2006 e 2008. Munição do mesmo lote foi encontrada perto dos corpos da chacina em São Paulo em 2015. A Polícia Federal abriu inquérito hoje para investigar “a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime”.

Chacina de Osasco

Os crimes aconteceram entre os dias 8 e 13 de agosto de 2015, quando 23 pessoas no total foram assassinadas a tiros nas cidades de Osasco, Barueri, Carapicuíba e Itapevi. Os assassinatos teriam ocorrido como retaliação pela morte de um policial militar e um guarda municipal.

O cabo Victor Cristilder da Silva dos Santos foi condenado no início de março deste ano a 119 anos de prisão por 12 homicídios e 6 tentativas de homicídio. Em setembro do ano passado, os policiais militares Fabrício Eleutério e Thiago Henklain; e o guarda municipal Sérgio Manhanhã também foram condenados a penas superiores a 100 anos de prisão. As defesas dos quatro sustentam que eles são inocentes.

Fonte:R7

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