Secretária de Saúde realiza palestra sobre Leishmaniose em Codó

A Prefeitura Municipal de Codó, por meio da Secretaria de Saúde promoveu na manhã de ontem, 13/08, uma palestra sobre Leishmaniose, infecção que ocorre através do parasita Leishmania transmitida por flebotomíneos.

Na oportunidade, estiveram presentes médicos, enfermeiros, técnicos e a população em geral.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita, porém o hospedeiro também pode ser o cão doméstico. Estes são insetos de 2 a 3 mm conhecidos como mosquito-palha, asa branca, tatuquira, entre outros.

“Os moradores precisam manter as casas limpas e evitar o acúmulo de resíduos orgânicos, pois o combate ao vetor é a melhor forma de evitar a doença”.

O que é Leishmaniose?

A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos.

De acordo com o infectologista Valdir Amato, a leishmaniose é considerada uma “antropoonoze”, ou seja, doença que acomete animais silvestres e eventualmente o homem.

É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano.

Tipos

Há dois tipos de leishmaniose:

Leishmaniose tegumentar ou cutânea

A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como “ferida brava”.

A infectologista Regia Damous explica que o primeiro sinal da forma cutânea costuma ser uma única ou várias lesões na pele, quase sempre indolores. Inicialmente são feridas pequenas, com fundo granuloso e purulento e bordas avermelhadas, que vão aumentando de tamanho e demoram para cicatrizar.

Ela pode ser causada por três espécies diferentes do microorganismo: Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis na região amazônica, e Leishmania braziliensis, distribuído por todas as regiões do País.

Este último parasita causa a leishmaniose monocutânea, que se manifesta de forma muito parecida com a tegumentar. “A diferença é que, ao mesmo tempo ou meses depois, surgem lesões nas mucosas da nasofaringe que destroem a cartilagem do nariz e do palato, provocando deformações graves”, aponta Damous.

Leishmaniose visceral ou calazar

A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos, após esta idade se torna menos frequente.

Ela é causada pelo protozário Leishmania chagasi e seus principais sintomas são:

  • Emagrecimento
  • Febre baixa
  • Aumento do baço e fígado.

Causas

Transmissão

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade, os mais comuns são:

  • Mosquito palha
  • Tatuquira
  • Birigüi
  • Cangalinha
  • Asa branca
  • Asa dura
  • Palhinha.

O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico.

Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

Sintomas de Leishmaniose

Sintomas da leishmaniose cutânea

Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta.

A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

Sintomas da leishmaniose visceral

Os principais sinais da leishmaniose visceral são:

  • Febre irregular, prolongada
  • Anemia
  • Indisposição
  • Palidez da pele e ou das mucosas
  • Falta de apetite
  • Perda de peso
  • Inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.

Buscando ajuda médica

As leishmanioses são doenças potencialmente graves, cujo diagnóstico deve ser precoce, principalmente no caso da leishmaniose visceral. Uma situação de feridas que não cicatrizam ou um quadro de febre a esclarecer são sinais importantes para procurar um serviço de saúde.

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