Família de São Gonçalo reproduz “meme do caixão” e enterra idoso com dança e música: “Não queria ninguém chorando” — assista

Meses atrás, o “meme do caixão” tomou conta das redes sociais, ao mostrar carregadores segurando caixões e dançando, em meio a uma cerimônia fúnebre muito comum em Gana. Uma família de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, se inspirou no viral da internet para realizar o cortejo de um parente no último sábado (1º).

A família de Milton Dias Martins, de 69 anos, que morreu vítima de cirrose hepática no dia 30 de julho, escolheu a mesma música usada de plano de fundo dos registros da web — “Astronomia”, de Vicetone & Tony Igy — e fez vários passinhos enquanto levava o caixão do idoso até a cova. O enterro foi feito no Cemitério de Maruí, no bairro Barreto, em Niterói.

Os registros foram publicadas na última terça (4) na página de Facebook de Rodrigo Lopes, um dos filhos do falecido. Segundo a publicação do rapaz, essa despedida animada, sem lágrimas ou tristeza, foi o último pedido feito em vida pelo patriarca da família. “Então tá aí. Meu pai não queria ninguém chorando, então vamos lá. Descanse em paz. Sempre te amaremos até após a morte. Amor da família é pra sempre. Fica na paz de Cristo”, escreveu.

Assista ao vídeo:

https://youtu.be/HIzadQwyx54

A irmã de Rodrigo, Lila Luciene, também deixou um recado na sessão de comentários da publicação, explicando que essa foi a maneira que os entes encontraram de demonstrar todo o afeto e carinho que sentiam por Milton. “Foi difícil, mas tivemos que engolir o choro e fazer uma festa para ele do jeito que ele pediu. Foi a única forma dele sentir, pela última vez, nosso amor e respeito por ele!”, declarou.

Além de Rodrigo e Lila, Milton deixou outros cinco filhos: Maria Graças, André Luiz, Paulo Sérgio, César Augusto e Mônica Lopes. Que descanse em paz!

Sobre a tradição

Para nós, a marcha fúnebre toda animada pode parecer uma brincadeira, mas isso é algo bastante comum em Gana, país localizado no Golfo da Guiné, na África Ocidental. O movimento foi criado em 2012 por Aidoo, que é agente funerário.

Em entrevista à BBC, feita em 2017, ele explicou que a adição de coreografias aos cortejos seria apenas mais uma opção disponível dentre os serviços oferecidos aos seus clientes. “Quando o cliente vem até nós, perguntamos: ‘Você quer algo solene ou um pouco mais teatral? Ou talvez uma coreografia?’”, explicou Benjamin.

No continente africano, há diferentes tradições funerárias, como enterros festivos, para celebrar a boa vida do falecido, e não necessariamente lamentar a morte com pesar. E há quem pague milhares por uma despedida como essa! Dependendo da importância da pessoa para a sociedade, a animação pode custar um valor de R$ 80 mil, segundo a fonte.

“Os carregadores de caixões elevam o ânimo nos funerais no Gana com danças loucas. As famílias pagam cada vez mais dinheiro pelos seus serviços para que se possam despedir dos seus entes queridos desta forma”, mencionou a reportagem. Interessante, né?

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