7,7% no terceiro trimestre, mostra IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 7,7% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses antecedentes, feitos os ajustes sazonais, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o melhor resultado da série que se inicia 1996, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas provocadas pela pandemiaDe julho a setembro, o valor do PIB totalizou R$ 1,9 trilhão.

Com o esse desempenho, a economia do país está no mesmo patamar de 2017, com uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2019.

 

A forte expansão do terceiro trimestre ocorre em meio à liberação do auxílio emergencial para mais de 60 milhões de pessoas e também ao relaxamento das medidas de isolamento social para combater a pandemia de covid-19. O auxílio ajudou a manter o consumo, as vendas do varejo subiram a níveis recordes, e contribuiu para que a produção industrial a voltasse ao patamar pré-pandemia.

No segundo trimestre, o PIB caiu 9,6%, na comparação com os três meses anteriores, dado revisado de queda de 9,7% divulgada antes.

A variação do PIB ficou abaixo da mediana apurada pelo Valor Data com 39 consultorias e instituições financeiras, que apontava crescimento de 8,8% no período, com intervalo de projeções de 7,2% a 9,5%.

Em relação ao terceiro trimestre de 2019, o PIB teve queda de 3,9%. Por essa base de comparação, a mediana das projeções de analistas ouvidos pelo Valor Data era de retração de 3,4%.

Oferta

 

A abertura do resultado pela ótica da oferta mostra que a indústria registrou crescimento de 14,8% no terceiro trimestre, em comparação ao segundo, quando recuou 13%. Foi o melhor resultado trimestral do PIB da indústria na série atual do IBGE, iniciada em 1996. O resultado ficou acima da mediana de alta de 14,2% apurada pelo Valor Data. Em relação há um ano, a indústria teve queda de 0,9%.

O setor de serviços – componente de maior peso no PIB pela ótica da produção – registrou alta de 6,3% no período. A estimativa apurada pelo Valor Data era de crescimento de 7% para o segmento, pela mediana, após a queda de 9,4% (revisada de -9,7%) entre abril e junho. Perante o terceiro trimestre de 2019, houve baixa de 4,8%, ante projeção de recuo de 5,2%.

agropecuária, por sua vez, recuou 0,5% no terceiro trimestre, contrariando a projeção do mercado, de alta de 0,9%. No segundo trimestre, o valor adicionado da agropecuária diminuiu 0,2% (dado revisado de avanço de 0,4%). O setor caminha para uma nova safra recorde em 2020. O PIB agropecuário cresceu, contudo, 0,4% em relação a um ano antes, mas, mesmo assim, o resultado ficou inferior ao esperado pelos economistas, de 1,4% de expansão.

 

Demanda

 

Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 7,6% no terceiro trimestre, frente aos três meses anteriores, quando registrou queda de 11,3%. Os analistas esperavam um avanço de 9,8%. Perante um ano antes, no entanto, houve recuo de 6%. Por essa base de comparação, a mediana das projeções apontava para retração de 4,2%.

Outro resultado expressivo foi o da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas, construção civil e pesquisa). Esse componente da demanda teve alta de 11% entre julho e setembro, na comparação com o segundo trimestre, ante expectativa do mercado de avanço de 18,3%, mas caiu 7,8% perante o intervalo de julho a setembro de 2019.

Já o consumo do governo subiu 3,5% no terceiro trimestre, perante os três meses anteriores, feito o ajuste sazonal, desempenho abaixo do previsto na mediana das projeções do Valor Data, de alta de 4,1%. Em relação igual período de 2019, a administração pública consumiu 5,3% a menos.

taxa de investimento atingiu 16,2% do PIB no terceiro trimestre. A taxa de poupança foi de 17,3%.

 

Setor externo

 

No setor externo, as exportações encolheram 2,1% no terceiro trimestre, enquanto as importações tiveram queda de 9,6% frente aos três meses anteriores. A mediana apurada pelo Valor Data era de alta de 0,6% para as exportações e recuo de 7,7% para as importações, sugerindo nova contribuição positiva do setor externo para o resultado do PIB do período.

No segundo trimestre, as exportações haviam crescido 1,6%, dado revisado de alta de 1,8%, enquanto as importações tinham diminuído 12,4% (dado revisado de -13,2%).

No comparativo com o intervalo de julho a setembro de 2019, as vendas externas caíram 1,1% e as compras declinaram 25%.

 

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