Não é só de Corona que vive o Brasil… a Dengue também assusta e precisa de atenção

Mesmo com o aumento de casos de dengue nos dois primeiros meses do ano, o Brasil tem capacidade para reverter o quadro

Na primeira semana de 2021, a Fundação Oswaldo Cruz alertou a população a respeito da importância de evitar a proliferação do Aedes Aegypti. Velho conhecido dos brasileiros, ele é vetor de doenças, como dengue, zika e Chikungunya.

Como os holofotes estão voltados para a COVID-19, profissionais da saúde temem que a infestação pelo mosquito atinja patamares elevados. Isso pode atrapalhar as políticas de prevenção e combate à dengue.

É por isso que a sociedade como um todo precisa se conscientizar sobre as maneiras mais eficazes de evitar a reprodução do mosquito. Além dos seguros saúde, é preciso ter cuidado com cada detalhe. Este será o assunto abordado nos próximos tópicos.

Dados que servem de alerta

O último boletim epidemiológico, compartilhado pelo Ministério da Saúde, trouxe à população informações preocupantes. Ao longo de 2020, foram contabilizados, em média, 980 mil casos suspeitos de dengue no país.

Outros quadros infecciosos provenientes de picadas de mosquitos também foram registrados. De acordo com a instituição, as agências de saúde pública foram notificados, em média, 80 mil casos de Chikungunya e 7 mil de zika.

E os dados continuam:  2020 contou com 19 registros oficiais de febre amarela. Não é à toa que essas doenças são consideradas endêmicas e que precisam ser controladas com urgência.

Como prever os surtos de dengue

Tudo o que o Brasil deve evitar neste momento de pandemia é sobrecarregar o sistema de saúde e fazê-lo entrar em colapso. Com hospitais lotados com pacientes acometidos pela COVID-19, a população precisa fazer sua parte e evitar surtos de dengue.

Uma das maneiras mais eficazes é prever que os surtos de dengue acontecem nos períodos de chuvas. Além disso, é importante usar as informações do ano anterior para evitar que a história se repita.

Em 2020, a maior incidência de infecção causada pelo Aedes Aegypti foi na região Centro-Oeste. Foram registrados 1200 casos a cada 100 mil habitantes. Na região sul, a incidência de dengue foi de 934 casos.

Já a região Sudeste ocupou o terceiro lugar e registrou 376,4 casos a cada 100 mil habitantes.  A Fiocruz ainda revelou que, entre janeiro e junho, 887.767 foram diagnosticadas com dengue no país.

Panorama da dengue em 2021

De acordo com a Associação Paulista de Medicina, é fundamental que os órgãos de vigilância sanitária e as organizações de serviço de saúde intensifiquem as campanhas de combate à dengue em 2021. O objetivo é evitar o aumento de óbitos pela doença.

O grande problema é que, devido ao isolamento social, muitos imóveis, sobretudo os comerciais, se mantiveram fechados por, em média, 1 ano. Em épocas de chuvas, esse cenário é favorável à reprodução do mosquito.

Em São Vicente (SP), em janeiro de 2021, foram registrados 69 casos confirmados, 600 em suspeição e 1 óbito. O Departamento de Controle de Doenças Vetoriais ressalta que a cidade está vivendo um momento de explosão da dengue.

A cidade de Tatuí (SP) iniciou os dois primeiros meses de 2021 com o registro de mais de 1,3 mil casos de dengue. O número é 4 vezes maior do que os casos contabilizados durante todo o ano de 2020.

Pesquisadores se empenham para impedir novos surtos

Um grupo de cientistas de, em média, 10 instituições nacionais e internacionais têm trabalhado para monitorar o comportamento das doenças causadas pelo Aedes Aegypti. O objetivo é criar ações que antecipam futuras crises à saúde pública.

A pesquisa será realizada onde “há muita transmissão de doenças por mosquitos”, justifica Maurício Lacerda Nogueira, um dos coordenadores da iniciativa.  As regiões-alvo são São José do Rio Preto (SP), Manaus (AM), Pantanal e Panamá.

A ideia é obter informações detalhadas dos 4 elementos relacionados à dengue: mosquito, vírus, animais intermediários e seres humanos. Uma das estratégias é analisar amostras de pacientes com casos suspeitos e desenvolver profilaxia adequada.

Conscientização continua sendo a melhor medida de combate

O Ministério da Saúde reforça que uma das maneiras mais eficazes para prevenir a dengue é eliminar o foco do mosquito. Isso inclui todas as orientações compartilhadas durante as campanhas institucionais.

Não deixar água parada em vasos, garrafas, baldes, entre outros recipientes, é de extrema importância. Caixas de água devem ser mantidas devidamente fechadas com tampa e o lixo deve ser descartado no dia da coleta seletiva.

Em 2021, a atenção deve ser redobrada em imóveis que ficaram fechados durante muito tempo por conta da pandemia. Com o empenho de todos, o Brasil tem capacidade para reverter o quadro e reduzir os casos de dengue.

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