Policia Federal vai à residência de Lula Fylho, ex-secretário de Saúde de São Luís, sobre fraude na compra de máscaras

Em desdobramento da Operação Tempo Real, a Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (8/04) um mandado de busca e apreensão no endereço ligado ao ex-secretário de saúde de São Luís, Lula Fylho, em um condomínio do bairro Olho d’Água, área nobre da cidade.

Um outro mandado foi cumprido na casa do dono da empresa contratada pela Prefeitura de São luís em 2020, e que teria participado de um esquema de fraude e superfaturamento na aquisição de equipamentos destinados ao combate à pandemia da Covid-19 em São Luís.

PF deflagra operação contra ex-servidores municipais de São Luís

A operação é um desdobramento de outras investigações de combate à corrupção na pandemia durante a gestão Edivaldo Holanda Jr que, segundo a PF, não tem ligação com o suposto esquema criminoso.

De acordo com as investigações, a Secretaria Municipal de Saúde contratou uma empresa para compra de 20 mil máscaras de proteção contra o coronavírus em valores superfaturados. Ex-servidores informaram ainda que o ex-secretário municipal sabia das informações das ações fraudulentas e comandava um esquema de desvio de dinheiro.

“Em uma determinada ocasião, ex-servidores foram ouvidos em operações anteriores e afirmaram que tudo que acontecia na parte técnica da secretaria, o líder da organização tinha conhecimento de tudo em ‘tempo real’. Ou seja, ele tinha uma participação muito participativa. Não era só um dirigente que ficava distante dos fatos. Ele realmente gerenciava todo o funcionamento da organização”, afirmou o delegado da Polícia Federal, Leandro Ribeiro.

O G1 entrou em contato com o ex-secretário Lula Fylho para comentar as acusações da Polícia Federal, mas não houve retorno.

 

Os investigados podem responder por fraude a licitação, superfaturamento e associação criminosa. Também nesta quinta (8), os policiais federais apreenderam documentos, joias, veículo, arma e R$ 200 mil em espécie. O prejuízo aos cofres públicos, segundo a PF, foi de R$ 478 mil, mas os valores podem aumentar no decorrer das investigações.

 

Ao todo, na Operação Tempo Real foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e cinco mandados de constrição patrimonial, expedidas pela 1ª Vara Federal de São Luís. Além disso, os investigados também foram alvos de medidas cautelares diversas da prisão, como proibição de contratação com o Poder Público, proibição de acesso à Secretaria Municipal de Saúde e proibição de manter contato uns com os outros.

A operação foi denominada “Tempo Real”, em referência à expressão utilizada por um dos investigados em depoimento, ocasião em que afirmou que o líder da organização criminosa tinha informação em tempo real de todas as aquisições fraudadas pela antiga gestão da Secretaria Municipal de Saúde e pelos fornecedores.

Fonte: G1

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