A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) decidiu interromper os contratos com a Construservice, uma empresa que está sob investigação da Polícia Federal (PF) no Maranhão. Além disso, a Codevasf ordenou a realização de uma auditoria nas contratações envolvendo prefeituras do estado que estão sob suspeita, informa o jornalista Guilherme Amado em sua coluna no Metrópoles.
A Construservice foi alvo da Operação Benesse, deflagrada pela PF na sexta-feira (1), que investiga um suposto esquema de fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, especialmente em convênios com a estatal comandada pelo Centrão.
Ainda segundo a reportagem, a Codevasf tinha acordos com prefeituras para a realização de obras em 12 municípios maranhenses entre 2019 e 2021, totalizando cerca de R$ 15 milhões. No entanto, devido a atrasos e problemas com a Construservice, apenas R$ 257 mil foram pagos até o momento.
“Em ofício nesta sexta-feira, o presidente da companhia, Marcelo Moreira, determinou que, tendo em vista as investigações da Polícia Federal, sejam suspensos os contratos da Construservice na 8ª Superintendência, em São Luís (MA), ‘para fins de análise detida do conjunto de informações disponíveis’ e para avaliação de quais medidas devem ser aplicadas” destaca um trecho da reportagem,.
Além disso, a Codevasf determinou uma auditoria interna abrangente em todas as contratações de prefeituras do Maranhão que estão sob investigação, independentemente da empresa envolvida. Essas investigações se concentram em municípios como Vitorino Freire, Bacabal e São Luís, com 11 convênios firmados entre 2011 e 2021.
A prefeita de Vitorino Freire, Luanna Rezende, é irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, ambos envolvidos nas investigações da PF. Luanna, que estava no segundo mandato, foi afastada do cargo na sexta-feira.
A Construservice possui contratos com a Codevasf em outros estados, alguns dos quais foram recentemente retomados no interior do Piauí. No entanto, esses contratos têm um baixo índice de execução. Desde o ano passado, devido aos atrasos nas obras, a empresa está proibida de celebrar novos contratos com a Codevasf por um período de dois anos. Até o momento, a empreiteira venceu pregões na Codevasf no valor de aproximadamente R$ 527 milhões, dos quais apenas R$ 30,2 milhões foram pagos pelos serviços prestados.
”A Construservice pode ser alvo de novas sanções internas. Em agosto, a companhia abriu um Procedimento Administrativo de Responsabilização (PAR) a respeito da empresa, que pode gerar novas multas ou declaração de inidoneidade para contratar com o setor público”, diz a reportagem.