Vários corpos achados na mata estavam com roupa camuflada

O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, afirmou, nesta quarta-feira (29), que será investigada possível fraude processual na remoção de corpos após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão, que já tem 121 mortos e 113 presos. Segundo ele, há indícios de que os corpos foram manipulados antes da chegada das autoridades.

Mais de 60 corpos, de acordo com as autoridades, foram retirados por moradores da área de mata conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, e levados para a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, durante a madrugada. Curi ressaltou que os mortos estavam vestidos com roupas camufladas, mas que, ao serem levados para a praça, apareceram “apenas de cueca ou short”.

Esses indivíduos estavam na mata, equipados com roupas camufladas, coletes e armamentos. Agora, muitos deles surgem apenas de cueca ou short, sem qualquer equipamento, como se tivessem atravessado um portal e trocado de roupa. Temos imagens que mostram pessoas retirando esses criminosos da mata e os colocando em vias públicas, despindo-os. A 22ª Delegacia de Polícia instaurou um inquérito – disse.

Imagens registradas por fotojornalistas já na própria Praça São Lucas, na manhã desta quarta, mostram que muitos corpos ainda estavam vestidos com roupas camufladas. O governador Cláudio Castro (PL) também se manifestou sobre o caso. Em vídeo publicado no Instagram, ele exibiu imagens de corpos com roupas camufladas sendo cortadas e afirmou que o crime estaria tentando manipular o ocorrido.

– É revoltante ver até onde o crime é capaz de ir para tentar enganar a população. Circulam vídeos mostrando claramente a manipulação de corpos depois dos confrontos: pessoas cortando roupas camufladas, tentando mudar a cena para culpar a polícia. Isso é mais uma prova da covardia e da perversidade de quem vive do narcoterrorismo – escreveu.

Operação mais letal da história do estado do RJ passa de 120 mortos

Pelo menos 128 pessoas morreram, entre elas quatro policiais, durante uma megaoperação realizada nesta terça-feira (28) contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo o governo estadual, esta já é a operação mais letal da história do estado.

Esse número de mortos já considera os 64 corpos retirados durante a madrugada desta quarta (29) de uma área de mata conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, e levados até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, no Complexo da Penha. Oficialmente, as forças de segurança farão uma perícia para confirmar a relação entre esses corpos e a operação.

A ação, que integra a Operação Contenção, mobilizou cerca de 2,5 mil agentes de segurança, com o objetivo de capturar cerca de 100 criminosos ligados à facção Comando Vermelho. Até a última atualização desta reportagem, 81 pessoas tinham sido presas na ofensiva, que também apreendeu 93 fuzis, pistolas, granadas e mais de 500 quilos de entorpecentes.

O confronto começou ainda na madrugada desta terça, quando traficantes reagiram com tiros e incendiaram barricadas para impedir o avanço das forças de segurança. Durante o dia, o tráfico organizou represálias em diferentes regiões do Rio, bloqueando vias importantes como a Linha Amarela, a Grajaú-Jacarepaguá e a Rua Dias da Cruz, no Méier. Os criminosos também lançaram bombas nos policiais a partir de drones.

Os agentes de segurança mortos foram os policiais civis Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita); e Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna); além dos policiais militares Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca, ambos do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Quase metade do eleitorado não votaria em Lula “de jeito nenhum”

Quase metade dos eleitores brasileiros diz que não votaria no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “de jeito nenhum”em 2026, segundo levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta segunda-feira (27). De acordo com o instituto, 47,5% do eleitorado rejeitam totalmente o petista, enquanto 27,6% dizem que votariam nele com certeza. Outros 23,9% admitem que poderiam votar em Lula.

Entre os nomes da oposição, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) lidera o índice de rejeição: 53,9% dos entrevistados afirmam que não votariam nele de forma alguma. O parlamentar aparece como substituto hipotético do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível após decisões da Justiça Eleitoral e condenado a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe.

Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o menos rejeitado entre os potenciais candidatos: apenas 39,3% descartam o voto nele, enquanto 38,1% afirmam que poderiam votar e 16,2% dizem que votariam com certeza.

O levantamento ouviu 2.020 eleitores em 162 municípios de todos os estados e do Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

INSS: Maioria crê que o governo Lula tem relação com desvios

A maioria dos brasileiros acredita que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem relação com o esquema fraudulento de descontos em aposentadorias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), aponta pesquisa Ibespe. O levantamento mostra que 53,1% assim dizem, enquanto 31% discordam. Já 16% não sabem ou não responderam.

A maioria se manifesta também entre os que não votaram nem em Lula nem no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com o levantamento. Nesse segmento, 55,1% acreditam que o governo Lula tem relação com os desvios, com 20,3% pensando o oposto, e 24,6% não sabem ou não responderam.

Entre os evangélicos, 66,2% acreditam que o governo Lula tem envolvimento no esquema, e 18,7% deles não creem nisso. Não sabem ou não responderam, dentro desse segmento, 15%.

Numericamente, a maior parte das pessoas que tem 60 anos ou mais descrê que o governo tem a ver com os desvios.

Nesse recorte, 52,1% assim pensam, assim como 29,7% dizem que sim, a gestão Lula tem a ver com o esquema no INSS, enquanto 18,2% não sabem ou não responderam.

A pesquisa ouviu 1.012 pessoas entre os dias 1º e 4 de outubro. A amostra tem margem de erro de 3,1 pontos porcentuais para cima ou para baixo.

CPMI
Os entrevistados também responderam se acompanham ou não a CPMI do INSS, em curso no Congresso Nacional. Segundo a pesquisa, 55% deles afirmam que sim. Já 41% dizem que não, e 3,2% não sabem ou não responderam.

O público que tem 60 anos ou mais é o que mais assiste às sessões. Dados mostram que 73,1% dos entrevistados dessa faixa etária acompanham a CPMI do INSS ante 24,2% que não vê as reuniões.

*AE

Brasil é o oitavo país mais afetado pela fome na América do Sul

De acordo com o Índice Global da Fome 2025, divulgado por duas organizações internacionais, o Brasil ocupa o 8º lugar entre os países da América do Sul mais afetados pela fome. O país recebeu 6,4 pontos, sendo classificado na faixa de “fome baixa”.

O resultado indica melhora recente na segurança alimentar, mas revela que ainda há desafios para reduzir as desigualdades sociais que afetam o acesso à comida.

O levantamento considera quatro indicadores: desnutrição, atraso no crescimento infantil, baixo peso para a altura e mortalidade infantil. Esses dados permitem comparar o nível de fome entre nações.

A Bolívia está no topo do ranking regional, com 14,6 pontos, na categoria de “fome moderada”. O relatório aponta fatores como eventos climáticos, dificuldades econômicas e desigualdade entre áreas urbanas e rurais como causas para o cenário mais grave no país vizinho.

O ranking do GHI na América do Sul ficou assim:

• Bolívia – 14,6
• Trinidad e Tobago – 11,0
• Equador – 10,9
• Suriname – 10,4
• Venezuela – 9,6
• Guiana – 8,3
• Peru – 7,2
• Brasil – 6,4
• Argentina – 6,4
• Colômbia – 6,1
• Paraguai – 5,2
• Chile – abaixo de 5
• Uruguai – abaixo de 5.

Ofícios provam que governo do RJ pediu apoio federal

 

O Governo do Estado do Rio de Janeiro pediu apoio das Forças Armadas em janeiro de 2025, solicitando veículos blindados para operações policiais em áreas de risco. A informação foi confirmada por ofícios enviados ao Ministério da Defesa.

Nesta terça-feira (28), após a operação mais letal da história do Rio, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que o estado já havia feito três pedidos de ajuda ao governo federal, mas todos foram negados. A ação nos complexos do Alemão e da Penha deixou ao menos 60 mortos.

O documento enviado em 29 de janeiro pedia apoio logístico da Marinha, incluindo blindados, operadores e mecânicos. O material seria usado em intervenções policiais e poderia ficar na Cidade da Polícia para pronto emprego.

Segundo Castro, as negativas ocorreram, porque o governo federal condiciona o envio dos blindados a um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que depende de autorização do presidente da República. Ele disse que já entendeu existir uma decisão política de não fornecer os equipamentos.

– Tivemos pedidos negados três vezes. Cada dia uma razão para não estar colaborando. Já entendemos haver uma política de não ceder – afirmou o governador.

O Ministério da Defesa confirmou que recebeu o pedido e que um deles era sobre o caso de dezembro de 2024, quando uma oficial da Marinha foi morta no Hospital Naval Marcílio Dias. A pasta disse que a Advocacia-Geral da União avaliou que o apoio só seria possível com GLO em vigor.

Durante a coletiva, Castro declarou que o Rio está “sozinho” no combate ao crime e reforçou que os policiais precisam de suporte para enfrentar facções armadas com explosivos, drones e armamento pesado.

Moradores da Penha levam ao menos 50 corpos para praça

Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram pelo menos 50 corpos para a Praça São Lucas, na madrugada desta quarta-feira (29). Os corpos teriam sido retirados de uma área de mata conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram confrontos entre forças de segurança e traficantes do Comando Vermelho (CV).

A movimentação ocorre um dia depois da operação mais letal da história do estado, que deixou 64 mortos, sendo 60 criminosos e quatro policiais, segundo o governo do Rio. Ainda não há confirmação se os corpos levados da área de mata para a praça fazem parte desse total ou se esse fato elevaria ainda mais a quantidade de mortos na ofensiva.

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, informou que a corporação está apurando o caso. A Polícia Civil, por sua vez, determinou que o reconhecimento oficial será feito no prédio do Detran, ao lado do Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio, a partir das 8h. Durante esse período, o acesso ao IML estará restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público.

Já as necropsias sem relação com a operação serão realizadas no IML de Niterói.

Mais cedo, seis corpos foram levados por moradores em uma Kombi ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha. O veículo deixou o local logo após o desembarque.

A ofensiva desta terça, que envolveu cerca de 2,5 mil agentes, faz parte da Operação Contenção, uma ação permanente do governo do estado voltada para o enfrentamento ao tráfico de drogas.

 

Consulado dos EUA no Rio emite alerta de segurança

O Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro emitiu um alerta de segurança, nesta terça-feira (28), por causa da megaoperação realizada por policiais civis e militares nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital fluminense. No comunicado, o consulado recomendou cautela.

O texto também indica que as áreas afetadas devem ser evitadas.

Confrontos entre polícia e grupos criminosos nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025, estão causando grandes interrupções no trânsito em diversas áreas da cidade. A situação pode mudar a qualquer momento. Acompanhe as fontes oficiais de notícias e os aplicativos de mapas para atualizações em tempo real. Se precisar sair, tenha cautela e evite as áreas afetadas sempre que possível – diz o post.

A ação dos agentes teve 2,5 mil policiais civis e militares atuaram para tentar prender integrantes do Comando Vermelho (CV). Pelo menos 64 pessoas morreram, sendo quatro policiais e 60 criminosos.

Megaoperação no Rio sai para prender 100 traficantes do CV

Uma megaoperação no Rio de Janeiro com cerca de 2,5 mil policiais civis e militares é realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha para tentar prender cerca de 100 integrantes do Comando Vermelho (CV). Por volta de 7h45, quatro suspeitos tinham sido mortos e dez homens foram presos.

– A Operação Contenção visa capturar lideranças criminosas do Rio e de outros estados e combater a expansão territorial do Comando Vermelho. Os dois complexos abrigam 26 comunidades – disse a Polícia Civil do Rio.

A ação, que também conta com o apoio de promotores do Ministério Público Estadual, foi deflagrada a partir de mais de um ano de investigação e mandados de busca e apreensão e de prisão obtidos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

– Ao longo do dia serão cumpridos os mandados de prisão e de busca e apreensão, obtidos na Justiça após investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes – disse a Polícia Civil do Estado.

Policiais militares do Comando de Operações Especiais e das unidades operacionais da PM da capital e região metropolitana participam das ações. Já a Polícia Civil mobilizou agentes de todas as delegacias especializadas, distritais, da CORE, do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência.

– Estamos atuando com força máxima e de forma integrada, para deixar bem claro que quem exerce o poder é o Estado. Seguiremos firmes na luta contra o crime organizado – disse, por meio de nota, o governador Cláudio Castro.

A Operação Contenção é reforçada com tecnologia avançada, incluindo drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres, 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM e ambulâncias para resgate.

*AE

PF pode suspender emissão de passaporte por falta de verba

A Polícia Federal (PF) pode interromper a emissão de passaportes aos brasileiros no fim deste ano por falta de verba orçamentária. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a pasta tem atuado de forma “ativa e coordenada” para assegurar a continuidade das emissões dos documentos.

– O ministério acompanha de perto a situação orçamentária e mantém diálogo constante com a área econômica do Governo Federal para viabilizar os recursos necessários à manutenção do serviço – diz a nota pública.

Procurada, a PF não se manifestou até o fechamento deste texto. Segundo a Agência Brasil, o motivo da possível paralisação está diretamente ligado à insuficiência de recursos financeiros destinados ao processo de confecção e emissão dos passaportes.

O serviço envolve custos com materiais, tecnologia, logística e mão de obra. Sem suplementação orçamentária, a Polícia Federal poderá ter que suspender temporariamente o atendimento.

De acordo com o Ministério da Justiça, “as medidas estão sendo adotadas, de maneira responsável e integrada com os órgãos competentes, para evitar qualquer interrupção”.

– O MJSP reforça que a emissão de passaportes é um serviço essencial ao cidadão brasileiro e que todas as medidas estão sendo adotadas, de maneira responsável e integrada com os órgãos competentes, para evitar qualquer interrupção e garantir a plena continuidade do atendimento à população – diz a pasta.

Em 2025, a taxa padrão para emissão de um passaporte comum é de R$ 257,25, podendo chegar a R$ 514,50 em casos específicos, como quando não há apresentação de um passaporte anterior. Apesar do pagamento da taxa, a manutenção do serviço depende do orçamento da PF para cobrir todos os custos operacionais.

Em novembro de 2022, a PF também suspendeu a confecção de novos passaportes por falta de dinheiro. À época, a PF tinha R$ 217,88 milhões de orçamento em 2022 para a confecção de passaportes, mas todo esse valor já havia sido comprometido.

*AE