O Senado Federal realizou nesta terça-feira (06), uma sessão temática para tratar da principal agenda política do governo federal: a segurança pública. Senadores, ministros, especialistas e autoridades no assunto falaram por quase seis horas e concluíram que os principais problemas são a falta de planejamento estratégico, má gestão dos recursos públicos e erros na inteligência entre as polícias. Todos eles concordaram que é necessário a implantação de um sistema integrado de segurança pública entre os estados como ponto de partida para combater o crime organizado.
Em sua fala na tribuna, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) disse que é essencial que todos os partidos se unam e deixem as diferenças de lado para enfrentar a violência do dia-dia. “É preciso despolitizar a questão da segurança pública. Pelo menos nesta matéria é preciso um jejum ideológico. O problema da segurança atinge em cheio as famílias. E a agenda da segurança pública não é exclusividade da esquerda ou da direita. É do País”, disse.
O parlamentar maranhense defendeu a instalação de uma comissão permanente que trate exclusivamente do assunto no Senado. “Assim que eu cheguei no Senado Federal, em 2015, apresentei um projeto propondo a criação de um espaço exclusivo e dedicado à segurança pública. Como brasileiro, fico perplexo de não ver uma comissão que discuta e delibere sobre matérias que versam sobre segurança pública e combate às drogas. Diante disso, eu faço um apelo para que todos se envolvam para oferecer ao Brasil uma comissão importante como esta”, afirmou Roberto Rocha.
Ainda em seu pronunciamento, o senador lembrou que não apenas o Rio de Janeiro, mas o país inteiro vive um caos e quase total descontrole da ordem pública. Na opinião do congressista do Maranhão, a violência tem migrado dos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, para as capitais do Nordeste. “Nos dias de hoje, as cidades de São Luís, Recife, Fortaleza estão com índices altíssimos de homicídios praticados pela migração da violência. No Maranhão, estão assaltando bancos como se tomam um pirulito de uma criança. O resultado disso é que as agências fecham as portas e arruínam ainda mais as economias dos municípios, sobretudo, aqueles mais pobres”, enfatizou Roberto Rocha.
Por fim, o senador defendeu maior presença do Estado brasileiro na vigilância e monitoramento das fronteiras secas do país. Nós temos quase 17 mil km de fronteira com os maiores países responsáveis pelo tráfico de armas e produtores de drogas como cocaína e maconha do mundo. O Brasil deveria chamar as principais agências de inteligência do planeta para identificar e atacar cirurgicamente o problema”, finalizou o senador maranhense.