Preço dos alimentos dispara e atinge maior nível médio para uma década em 65 anos

A década dos anos 2020 foi marcada, até aqui, pelo aumento acelerado dos preços dos alimentos no mundo. O índice de preços da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostra que, de 2021 a 2025, a média do índice ficou em 122 pontos (a FAO usa os dados de 2014 a 2016 como índice 100).

Esse patamar é superior ao visto no passado, como nos anos 70, quando houve choques estruturais de oferta, como os do petróleo, e cuja média foi de 110 pontos. Ao mesmo, disparou na comparação com anos 90, quando o dado era de 77 pontos, em média na década.

Os dados, compilados pelo demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, mostram que essa pressão nos preços, associada a uma combinação de crescimento populacional, mudanças climáticas, conflitos armados e redução da ajuda internacional, podem ampliar o número de pessoas que passam fome no planeta.

Em abril, EXAME mergulhou nos dados sobre preços de alimentos, uma crise que pressiona governos mundo afora. Em muitos países, a comida subiu acima dos índices de inflação médios das economias — num fenômeno que.

“A média decenal do preço real dos alimentos foi de 86,4 pontos na primeira década dos anos 2000 e subiu ainda mais para 102,9 pontos na segunda década do atual século. Até 2020, o recorde inconteste do preço dos alimentos permanecia na década de 1970”, escreveu o demógrafo em artigo.

A disponibilidade de recursos naturais é limitada. Terras aráveis enfrentam degradação, desertificação e competição com urbanização e indústria. A escassez de água e o uso intensivo de fertilizantes,pesticidas e energia também impactam a produção, elevando custos.

“Ainda estamos na metade da terceira década dos anos 2000, mas a tendência é de permanência de preços elevados dos alimentos, em função do aumento da demanda, da crise climática e dos conflitos e guerras.

Oscilação de preços

Os preços dos alimentos oscilaram ao longo do tempo. A média de dez anos da década de 1960 foi de 104,7 pontos, caiu nos anos seguintes e voltou a subir no século XXI.

A pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia elevaram o índice para 141,4 pontos em 2021, acima de qualquer valor registrado nos últimos 100 anos.

Houve um recuo em relação a esse ponto crítico nos últimos anos, mas o índice de preços seguiu acima do registrado em décadas passadas.

 

 

 

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