A EXTREMA-DIREITA NA “VANGUARDA DA MUDANÇA?”

20150206_083435Quem não conhece o capitão-mor (árbitro) da extrema-direita que o compre e faça um excelente uso. Ops!… sai de retro, companheiro!!
A notável tentativa do coadjuvante – subtendido, o ‘garoto virtual’ – em apresentar-se como o ‘novo’ é um sintoma clássico da reprodução ideológica burguesa de se mostrar autossuficiente e capaz de administrar as crises e levar adiante um modelo político ‘justo socialmente’ para o povo que se encontra desesperançado e sem norte – vide a Revolução Francesa!
A articulação do PEN na perspectiva de gerar um fato político positivo em relação ao ‘garoto virtual’ – e com todo respeito que nutro pelo militante ecológico Ferdinando Rocha e ao deputado César Pires, cujo intelectualismo é público -, não lhe conferiu toda a repercussão esperada, devido à própria militância partidária serem figuras por demais conhecidas e muito próximas ao capitão-mor e, por conseguinte, não houve surpresa e muito menos ganhos políticos. É como se afirma por aí o adágio popular “é seis por meia dúzia”.
Entretanto, desejo afinar ainda mais o tom desse argumento proferido pelo espetacular ‘garoto virtual’ amparado por um portentoso veículo de comunicação que, na verdade, o projeta como um infalível semideus “escolhido” pelo próprio Zeus para salvar em definitivo a terra santa codoense de todas as celeumas sociais históricas. Mas, para além dessa missão profética, externarei as diatribes do iluminado ‘garoto virtual’ que, em seu monologo disse: “E nós estamos neste projeto do novo, não novo pela idade, mas novo por seus objetivos, novo por seus projetos, novo por seus objetivos com único objetivo melhorar a qualidade de vida do povo codoense” (grifo meu), busquemos a amplitude de seu garboso e lúcido conhecimento teórico e politico na prática:
 Chama-nos a atenção sua vasta cultura quando expressa seus ‘objetivos’. Ninguém consegue perceber o espaço vazio de seu aclamado discurso pelo ‘novo’. Quais são mesmo? Ah! Já sei, ‘melhorar a qualidade de vida do povo codoense’. Não vejo nada de subjetivo, porém, objetivamente…, é uma formula que se aproxima ao campo do invisível. Oh! É uma reflexão que se estende de ponta a ponta, aliás, uma novidade indelével. Claro que, tal proposição não se assemelha em nenhum milímetro daquilo que fora proposto por Marina Silva em 2014 em sua campanha presidencial falando da ‘nova política’. O que seria então, esse ‘novo’ tão ‘novo’ para a comunidade codoense? Sinceramente, preciso conhecer mais esse campo desconhecido! O ‘garoto virtual’ insinua seu majestoso interesse em cuidar bem de um bem público como se fosse sua própria ‘casa’. O enlace seria perfeito. Nada pode impedir o progresso sob a condução do ‘garoto virtual’ que ostenta o mais forte discurso da mudança pela manutenção do status quo e não propriamente pela mudança estrutural. Não consigo enxergar uma iskra de esperança nesse malgrado discurso do ‘novo’. Como é ser o ‘novo’ quando o discurso é tão conservador e midiotizado?
 O ‘garoto virtual’ numa única frase mostra toda fragilidade intelectual (para não dizer ignorância política). Só o termo “objetivo” é pronunciado três vezes, desnecessariamente. Repito: a assessoria do ‘garoto virtual’ ainda não lhe ensinou o básico do básico? Sem desmerecer o intelectual deputado César Pires, faço-lhe um apelo: ensine-o a fazer discursos breves e atraentes, sem a melosa pantomímica e ridícula fraseologia sem efeitos. Seu incrível chamamento para o ‘novo’, o ‘novo’ que não se resume na idade cronológica – pois, na verdade, ainda é um bebê – apesar de ter superado três décadas de muita ‘labuta’ e muito ‘trabalho’ deve ter tido várias noites de insônias pensando em como rabiscar as linhas introdutórias – dar título e delimitar o tema – de seu projeto de pesquisa que seria mais tarde transformado em sua monografia e tornar-se um empresário luxuosamente bem sucedido e admirado por seus asseclas que o vê senão como o grande redentor, o grande exemplo, a maravilha das maravilhas. Permita-me aduzir uma costumeira frase que ele sempre solta vultuosamente quando pretende tomar uma decisão: “vou falar com o painho”. É motivo de pilhéria tal comportamento para quem deseja ser modelo de decisão, eficiência e competência!
 Será que o ‘garoto virtual’ compreende a dimensão e o sentido lato dessa categoria (‘o novo’) para tentar explorá-la aleatoriamente? Como se fosse tal categoria um pequeno animal de estimação de fácil manipulação?
 E, surpreendentemente, o ‘garoto virtual’ tenta mostrar que conhece a história política codoense, evocando o inicio da década de 1990 – quando o chefe do Executivo era o José Inácio, conhecido como o “Zé dos Pobres”- e estabelece um parâmetro consigo mesmo cronologicamente: “E nós temos que ter a certeza disso, que nós iremos entrar nessa disputa contra um grupo que lá quando eu tinha 7 anos, em 1992, já queria, já governava esta cidade, mas a mudança aconteceu quando o prefeito Zito assumiu e nós estamos aqui, juntos, unidos, querendo que esta mudança continue, que essa mudança represente a melhoria da qualidade de vida” (grifo meu). O ‘garoto virtual’ deveria saber que, anteriormente, ao governo do “Zé dos Pobres” quem governava nossa cidade era o médico Antonio Joaquim e o seu vice Biné Figueiredo (1983-1988), e, logo na sequência, José Inácio (1989-1992), portanto, o governo não era do “tempo” do ‘ronca’ – o ‘garoto virtual’ precisa estudar melhor a nossa história para poder embasar seu discurso insosso e, assim, estabelecer paralelos para enriquecer sua discrepante fala. Biné assume o governo em 1993. Somando o tempo de poder intercaladamente, Biné esteve no comando do município 14 anos. Excluindo-se, evidentemente, as eleições de seu pentacampeão e ex-deputado Camilo Figueiredo.
 O ‘garoto virtual’ numa ilação ideológica busca equiparar-se a um grande líder procurando demonstrar experiência e maturidade intelectual convocando a militância ecológica e dirigindo-se ao vice-presidente do PEN – Ferdinando Rocha – dizendo: “Então hoje eu recebo de você o apoio do PEN, este partido novo, mas um partido com ideias novas que tem tudo a ver com a nossa pré-candidatura (…) e aqui peço a você mais empenho junto com a gente, una-se agora, vamos atrás, vamos conquistar outros amigos, lideranças políticas que também pensam no novo”. Esse mote o ‘novo’ me recorda a fala de um determinado candidato-filósofo que tentou sobreviver politicamente com esse mesmo discurso estapafúrdio. E, agora, ocorre o mesmo processo com a mesma prática. A diferença elementar entre um e o outro são os cargos; o primeiro tentou a vereança e o segundo novamente aspira a prefeitura. E o mais engraçado é que o primeiro tornou-se seu principal conselheiro. Hum!… E que conselheiro! Perdoe-me pela indelicadeza em recordar tais fatos.
Como se pode perceber, o ‘garoto virtual’ impregna-se de ecologia ao extremo quando diz que o ‘(…) PEN, este partido novo (…) com ideias novas que tem tudo a ver com a nossa pré-candidatura (…)’. A quem o ‘garoto virtual’ pretende enganar com essa farsa deletéria? Sinto muito, mas a hora da mudança está sendo operada por outra liderança, numa perspectiva oposta a essa tautologia do ‘novo’.
Certamente, Codó quer a preservação de elementos fundamentais como: liberdade, democracia, independência, autonomia e, logicamente, progresso. A conceituação do desenvolvimento não pode ser privilegio de uma casta conservadora colocando-se como sendo a ‘única’ via capaz de introduzir uma plataforma política para transformar nossa cidade. Aliás, é de bom tom que relembremos: qual alternativa a extrema-direita apresenta para a comunidade codoense para implementar esse conceito do ‘novo’? O que tem sido disseminado pela ala conservadora da extrema-direita são meramente frases ocas e vazias sem conexão com a realidade social.
O povo não pode aceitar pura e simplesmente esse discurso do ‘novo’ como sendo signo apurado da redenção da cidade, menos ainda, acreditar que sob tal agrupamento político a perspectiva transformadora assuma condição de salvaguarda, ou, melhor dizendo: a ‘vanguarda da mudança’.
Muito mais do que palavras eufóricas e adocicadas, o povo deve repudiar a dissimulação, a mentira e a ilusão. A gestão pública é um laboratório fantástico para modular o planejamento e estabelecer prioridades sociais em prol da maioria despossuída de direitos básicos. A vanguarda da mudança é de domínio popular, exclusivamente.

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