Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) detectaram indícios de irregularidades em 200.011 doações eleitorais até agora – totalizando 659.364.470,23. A inspeção verificou 37.888 doadores inscritos no Bolsa Família, 55.670 doadores desempregados, 24.646 doadores cuja conhecida é incompatível com o valor doado, 43.382 casos de concentração de doadores em uma mesma empresa e 14.510 doadores sócios de empresas que recebem recursos da administração pública. Outros 250 mortos aparecem como doadores de campanha, segundo o levantamento.
Ao todo, os beneficiários do Bolsa Família ‘doaram’ 36,9 milhões reais. Já os desempregados, 84,2 milhões de reais. Aqueles cuja renda não comporta o valor destinado a campanhas somam 207,1 milhões de reais em doações. Doadores que trabalham na mesma empresa destinaram 90,7 milhões reais a candidatos e empresários, 187,2 milhões de reais. Apenas um cadastrado no Bolsa Família doou 1,2 milhão de reais. Para se ter uma ideia, só podem receber o benefício (que chega a 195 reais) famílias com renda até 170 reais por pessoa. Ainda segundo o TSE, o segundo maior empregador privado na área de educação superior do país e onze de seus empregados injetaram 616 mil reais na campanha eleitoral.
O TSE detectou ainda irregularidades envolvendo fornecedores de campanha. Uma empresa cujo sócio é beneficiário do Bolsa Famíliaprestou serviço de 1,75 milhão de reais. Outros dois fornecedores de campanha com situação inativa ou cancelada prestaram serviços acima de 400.000 reais. Há ainda uma empresa de transporte e turismo com dois funcionários e contratada para a campanha por 187 mil reais.
Os candidatos e partidos estão obrigados a enviar à Justiça Eleitoral suas contas de campanha a cada 72 horas, contadas do recebimento da doação.
Fonte: Veja
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