Após uma semana intensa de muito trabalho nos assentamentos, comunidades quilombolas, cooperativas, comunidades que vivem do extrativismo, a comitiva do Governo do Estado e do Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (Fida), órgão das Nações Unidas, ouviu as principais demandas dos agricultores, com o objetivo de instalar projetos de desenvolvimento rural para melhorar a qualidade de vida do agricultor familiar.
Durante o diálogo com os agricultores, iniciado na quarta-feira (6) e encerrado nesta sexta-feira (8), foram visitados 18 comunidades nos municípios de Itapecuru, Vargem Grande, Matões do Norte, São Luís Gonzaga, Vitória do Mearim, Viana, Codó, Caxias, São Raimundo do Doca Bezerra, Lago dos Rodrigues, Lago do Junco, Matinha, Serrano do Maranhão, São Domingos, Lagoa Grande e Santa Luzia do Paruá. Na próxima semana os trabalhos serão realizados na quarta (13), quinta (14) e na sexta-feira (15) em outros municípios.
Na Baixada Maranhense, em Itans, no município de Matinha, a comitiva do Fida conheceu um projeto de piscicultura. O povoado possui uma produção de aproximadamente 2.000 toneladas/ano de peixe e comercializam em municípios da região e supermercados.
No povoado Itans existe o resultado de um dos eixos do governo Flávio Dino, que prevê a junção do conhecimento e da produção. E por meio da Agerp, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SAF), o conhecimento é disseminado com a prestação de assistência técnica ao povoado.
Para o piscicultor Carlos Gomes Sibalena, o apoio da Agerp é integral e o órgão sempre incentivou a ampliação da produção, que hoje possui 450 tanques. O piscicultor acredita que a parceria do Governo com o Fida contribuirá para fortalecer ainda mais a piscicultura da região. “A gente sempre buscou conhecimento. O Governo do Estado acredita no nosso potencial e a vinda do Fida vai agregar mais conhecimento à nossa atividade. A Agerp nos ensinou a pescar e queremos ir além”, contou o piscicultor Sibalena.
No território dos Cocais, em Caxias, no povoado Soledade, a comitiva visitou o assentamento Quilombola onde moram 180 famílias que produzem arroz, feijão, abóbora, quiabo e criam pequenos animais como galinha, bode e porco. Na oportunidade a comunidade informou suas demandas como a necessidade de máquinas para ajudar na produção agrícola. “Com o suporte mecânico iremos aumentar nossa produção e, então, teremos condições de comercializar nossos produtos para o alimento escolar e para o Programa de Aquisição de Alimentos PAA”, explicou Claudiane Silva.
“Ouvir os produtores rurais faz parte do trabalho do Governo do Estado, que é trabalhar em prol de um Maranhão próspero. Nosso objetivo é potencializar forças, estadual, nacional e internacional para gerar desenvolvimento no Maranhão”, declarou o secretário da SAF, Adelmo Soares.
O presidente da Agerp, Júlio César Mendonça, ressaltou a importância do Fida ao incluir a região da Baixada no projeto para desenvolver a agricultura familiar do Maranhão. “Mostramos ao Fida as diversidades, potencialidades e limitações que municípios da Baixada e Campos e Lagoas têm para a agricultura. A região foi esquecida por muito tempo e o governador Flávio Dino está reconstruindo o Maranhão. A parceria com o Fida é justamente para resgatar as famílias de produtores rurais da pobreza por meio da produção de alimentos”, disse o presidente da Agerp, Júlio Mendonça
Para Paolo Silveri, ouvir o agricultor familiar é importante para definir projetos que possam atender as necessidades de cada localidade. “Encontramos um Governo muito determinado em superar a pobreza geral e rural. Encontramos, também, comunidades civis organizadas muito ativas, disponíveis e com muita esperança de melhorar. Para o Fida entrar no Estado precisa dessa combinação, Governo e comunidade civil organizada”, acentuou Paolo Silveri.
Com a execução do projeto serão atendidos 82 municípios e beneficiados aproximadamente 790 mil habitantes que se encontram em situação de pobreza e extrema pobreza, e representam aproximadamente 77% da população rural. Essa população vive em comunidades rurais, assentamentos da reforma agrária (incluindo as unidades do crédito fundiário), comunidades quilombolas e indígenas que residem nos territórios definidos na área de intervenção.