Deputados têm deixado o comando de ministérios e secretarias estaduais para reassumir seus mandatos na Câmara e participar da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, prevista para ocorrer no domingo (17).
Segundo levantamento feito pelo G1 nesta terça-feira (12), ao menos 20 parlamentares de 8 estados voltaram ou pretendem voltar à Câmara, ainda que temporariamente, nos próximos dias. Caso todas as mudanças se confirmem, a Casa terá substituídos cerca de 4% de seus 513 integrantes às vésperas da votação.
As trocas vão levar para a Câmara ao menos 12 parlamentares favoráveis ao impeachment e 7 contrários – o 20º tende a ser favorável, mas não fechou posição. Dos 20, 4 pertencem ao PT, 4 ao PMDB e 4 ao PSDB. Os demais são de PPS, DEM, PSC, PSD e PSB.
Entre os ministros de Dilma, ao menos quatro devem deixar os cargos para votar contra o impeachment. Três são deputados pelo PMDB: Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Mauro Lopes (Aviação Civil). A informação foi confirmada por Pansera. Patrus Ananias (PT), ministro de Desenvolvimento Agrário, deve confirmar a decisão oficialmente no fim de semana.
Em São Paulo, o secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro (PSDB), confirmou que será exonerado pelo governador Geraldo Alckmin. Segundo ele, também devem ser exonerados os secretários Samuel Moreira (PSDB), da Casa Civil; Arnaldo Jardim (PPS), da Agricultura e Rodrigo Garcia (DEM), da Habitação. Todos votarão pelo impeachment de Dilma.
O ex-secretário de Transportes e logística Antonio Duarte Nogueira (PSDB) também deixou o governo Alckmin dias antes. Em seu Facebook, escreveu: “Amigos, reassumirei meu mandato de deputado federal a partir da semana que vem para participar de um momento de extrema relevância, quando a Câmara dos Deputados irá votar o impeachment da presidente Dilma”.
No Rio de Janeiro, a assessoria do deputado Arolde de Oliveira (PSC), secretário de Trabalho e Renda, confirmou que ele tomou posse para votar a favor do impeachment. Sergio Zveiter (PMDB), da Habitação, afirmou que vai votar a favor do impeachment e já comprou passagem para Brasília. “Vou votar a favor do impeachment por decisão minha, por achar que há crime de responsabilidade, e também pela orientação do PMDB”, afirmou ao G1.
No Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), atualmente chefe da Casa Civil do estado, vai reassumir o mandato de deputado federal na próxima sexta-feira (15) para votar a favor do impeachment. Segundo sua assessoria, ele deve retornar ao cargo estadual na terça (19).
Em Goiás, Thiago Peixoto (PSD), que estava na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Goiás, voltou para votar a favor do impeachment, segundo a chefe de gabinete do parlamentar.
Em Pernambuco, o secretário das Cidades de Pernambuco, André de Paula (PSD), confirmou a saída momentânea para votar no domingo, a favor do impeachment. Felipe Carreras (PSB), do Turismo, e Danilo Cabral (PSB), do Planejamento, também manifestaram interesse em participar da votação – ambos são a favor do impedimento –, mas a posição final deve ser definida em reunião na tarde desta quarta-feira (13).
O secretário de Transportes, Sebastião Oliveira (PR), também aguarda a reunião da Executiva Nacional do partido prevista para esta quarta-feira para definir sua posição. Oliveira está em Brasília e, segundo sua assessoria, é em princípio favorável ao afastamento de Dilma.
Em Minas Gerais, Odair Cunha (PT) confirmou que irá deixar a secretaria de Governo para votar contra o impeachment. Miguel Correa (PT), de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, deve fazer o mesmo movimento, mas decisão ainda não está confirmada. A data de saída de ambos não está definida.
No Piauí, a exoneração de Rejane Dias (PT) do comando da Secretaria de Educação foi publicada no Diário Oficial de terça-feira (12). O secretário de Segurança, Fábio Abreu, deputado do PTB, só deve se manifestar sobre o assunto na quinta-feira (14).
Em Santa Catarina, João Paulo Kleinübing (PSD), até então secretário de Saúde, e Cesar Souza (PSD), da Secretaria Executiva de Assuntos Estratégicos, pediram exoneração e retornaram à Câmara. As exonerações ocorreram em 1º de abril e foram publicadas no Diário Oficial do Estado.