A economia brasileira crescerá 3% neste ano caso o PIB fique estável no quarto trimestre, em relação aos três meses anteriores. O cálculo é da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.
Segundo o órgão, a alta de 0,4% do PIB verificado no terceiro trimestre é compatível com a mediana dos países do G-20 que já divulgaram resultado para o período. Compare aqui o Brasil em uma tabela de 50 países
A SPE comenta ainda que os dados mostram recuperação consistente de todos os setores, especialmente serviços.
“Isso tem sustentado o crescimento do emprego, com criação de postos formais e informais, a recuperação do rendimento e da massa salarial, além da ampliação do investimento, ao que abre perspectivas favoráveis para o crescimento do país nos próximos anos”, diz nota do órgão.
Apesar de a alta de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre de 2022, em relação ao segundo, ter vindo um pouco abaixo da expectativa mediana do mercado e indicar uma desaceleração ante os trimestres anteriores, o resultado não muda o diagnóstico de que a economia brasileira vive um bom momento. Essa é a avaliação de Carlos Kawall, sócio e fundador da Oriz Partners.
“Veio um pouco abaixo, mas acho que o número continuou sendo bom, já dentro, claro, de uma lógica de desaceleração do crescimento”, diz Kawall.
Para o quarto trimestre, a perspectiva é de um arrefecimento maior da atividade, e a aposta é de um PIB mais próximo de zero, segundo Kawall. “Imaginamos que essa parte de consumo de bens, a construção, que são setores muito sensíveis à alta de juros, vão perder dinamismo.”
A alta do PIB brasileiro, de 0,4% no terceiro trimestre em relação ao período de abril a junho, colocou o país no meio da tabela na comparação com o desempenho de outros 50 países.
O crescimento foi suficiente para o Brasil ocupar a 24ª colocação, ao lado de Alemanha, Portugal e Tunísia. O percentual de 0,4% é exatamente a mediana do desempenho dos países que já divulgaram seus resultados do terceiro trimestre na comparação com o segundo. Confira aqui a tabela completa.
As exportações brasileiras cresceram a ritmo menor do que as importações no terceiro trimestre desse ano. Isso na prática fez com que o setor externo tivesse contribuição negativa na evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no período, informou Rebeca Palis, chefe do Departamento de Contas Nacionais do IBGE.
Na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre, as exportações subiram 3,6% e as importações cresceram 5,8%. Na comparação com terceiro trimestre de 2021, as exportações avançaram 8,1%, e as importações tiveram alta de 10,6%.
“Dessa vez setor externo teve contribuição negativa para o PIB”, resumiu.