Podem restar apenas 12h de oxigênio a submarino argentino

A Marinha da Argentina anunciou que as operações de busca do submarino ARA San Juan, desaparecido há seis dias com 44 militares a bordo, foram intensificadas nesta terça-feira graças à “melhora nas condições climáticas”. A situação é crítica pois, de acordo com as previsões, a tripulação pode ter pouco mais de 12 horas até o fim do oxigênio disponível.

Os militares divulgaram um comunicado informando que uma das aeronaves que participam das operações encontrou um bote à deriva e sinalizadores na área onde estão concentradas as buscas. Nenhuma das descobertas, contudo, tinha relação com a embarcação desaparecida há seis dias. Os “alarmes falsos” se somam a ruídos registrados nas profundezas do mar e a tentativas de contato sinalizados – e descartados – como dicas do paradeiro do submarino.

Nesta tarde, um navio norueguês, o Skandi Patagonia, deixou o porto de Comodoro Rivadavia equipado com quatro submarinos autônomos não tripulados da Marinha americana que serão usados para a procura e resgate dos militares a bordo da embarcação. Segundo o jornal argentino Clarín, uma cápsula designada para ser acoplada à escotilha do ARA San Juan e capaz de alcançar uma profundidade de até 260 metros, também integra essa frente das buscas por vias marítimas.

Drama nas buscas

Quanto mais tempo se passa desde o desaparecimento da embarcação, menores são as chances de que os tripulantes sobrevivam. Conforme informado pela Marinha argentina, em condições normais, o ARA San Juan teria até noventa dias de autonomia sem ajuda externa.

Com a quantidade de suprimentos que levavam, os tripulantes sobreviveriam por dez dias, prazo que se ampliaria para trinta dias caso racionassem os víveres. Isso, no entanto, dependeria de o submarino ou estar na superfície ou ter condições de chegar a ela para reabastecer seu estoque de oxigênio.

No pior dos cenários — um no qual o submarino estivesse no fundo do mar sem condições de emergir –, o oxigênio da manteria os tripulantes vivos por até sete dias. A essa altura, restariam menos de 24 horas para que fossem encontrados com vida.

ARA San Juan fez seu último contato na manhã do dia 15 quando ia de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, a Mar del Plata, cerca de 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires. Nessa mesma manhã, o capitão do submarino havia reportado uma avaria nas baterias da embarcação.

Ao todo, dez países participam das operações de busca pelo submarino – entre eles o Brasil, que enviou à Argentina dois aviões e três embarcações, Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha. Especialistas consultados pelo La Nación indicam que a zona marítima onde o veículo aquático pode ter desaparecido tem cerca de 700 metros de profundidade.

Fonte:Veja

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