Nós, RPs, sabemos que grande parte das pessoas não tem ideia do que faz um relações-públicas. Quem de nós nunca foi indagado com: o que você faz, na verdade? E não é fácil de explicar em apenas uma resposta, afinal, a profissão de relações-públicas é relativamente nova no Brasil.
Quem trabalha com política passa por quase a mesma coisa, porém, com a diferença de que a política existe desde a antiguidade e, então, pensamos saber tudo sobre ela. Na maioria das vezes, estamos enganados.
A comunicação na política
Antigamente, os políticos usavam apenas dos espaços cedidos em jornais de grande circulação para atingir a maior parte de seus públicos, lembrando que, alguns políticos têm menos dificuldades de comunicação por estarem em cidades ou bairros pequenos; outros, precisam atingir o país inteiro. Mas, atualmente, temos acesso irrestrito à informação, portanto, todos têm espaço para divulgar seu trabalho. Temos o privilegio de acessar tudo sobre a pessoa em que vamos votar, o que não acontecia até pouco tempo atrás.
Percebeu-se, então, que ter um relações-públicas em um órgão público como prefeituras, câmaras e assembleias ou um personal PR, como é conhecido e bastante usado nos Estados Unidos, mudaria, completamente, o relacionamento entre os políticos e a população. O relações-públicas usa todas as ferramentas que tem em mãos e adapta para o cenário político. Pesquisas são nossos principais aliados, além disso, a ouvidoria também é muito importante para atingir os públicos que queremos. As dificuldades começam quando lembramos que, cada político, tem apenas quatro anos para demonstrar tudo o que fez, estudar seus públicos estratégicos e quais meios de comunicação deve utilizar, gerenciar as crises existentes, criar uma identidade visual, dar feedback aos eleitores e acompanhar o cenário em que está inserido; trabalho que em outras organizações pode levar até 10 anos para estar concluído.
Desta forma, o RP, que está acostumado a estudar todo o processo comunicacional da organização, tem que estar preparado para executar, antes mesmo de analisar. E, então, vai-se aprendendo a melhor forma de passar a informação e quais ações geram resultados positivos na prática.
Alguns autores tratam desta comunicação entre políticos e população como marketing político, mas creio que, basear-se somente no marketing é deixar de fora ferramentas importantíssimas que um relações-públicas possui. Com o tempo, o reconhecimento do profissional de RP no meio político deverá aumentar, assim como aumentou nas outras organizações do Brasil.
Autora: Nicolle Bressane