Dois carros blindados da Tropa de Choque da Polícia Militar chegaram à Avenida Paulista às 8h30 desta sexta-feira (18) para retirar cerca de 30 manifestantes contrários ao governo Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que interditavam a via havia 39 horas. Policiais que fazem patrulhamento ostensivo na região deram apoio.
Às 9h, os carros da polícia avançaram com jato d’água e retiraram os manifestantes que estavam em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O protesto começou às 18h15 desta quarta-feira (16), segundo a Polícia Militar. Os policiais também usaram cerca de cinco bombas de gás lacrimogêneo. No início da manhã, a PM informou que havia cerca de 150 manifestantes e dez barracas.
O G1 não viu nenhuma pessoa ferida e a Polícia Militar não tem registro de feridos. Ninguém ficou ferido. Os manifestantes ficaram molhados e um grupo seguiu protestando na calçada. “Só quem está molhado pode opinar”, disse manifestante sobre a permanência ou não do ato na calçada.
A negociação começou às 7h e a PM estipulou para saírem às 8h, segundo a assessoria de imprensa da corporação, que deveriam sair às 8h, mas a maioria se recusou. Nova negociação começou às 8h30 e determinou 15 minutos para saírem.
Lideranças afirmaram que a maioria resistiu, mas alguns disseram que não iriam sair. O bloqueio de 39 horas provocou trânsito na região.
“A gente não quer, de forma alguma, entrar em conflito muito menos com manifestação petista muito menos com a PM, que tem sido muito coerente conosco. De acordo com a negociação feita com a PM e pelo bem estar de todos, eu concordo com a saída, porque todos temos direitos iguais nesse país, e eu retorno depois. A PM está agindo de forma muito coerente tanto com a nossa manifestação quanto com a manifestação petista. Ninguém quer entrar em conflito aqui”, disse Bruno Balestrero, ator e empresário, sem movimento, antes da liberação.
“Arte da guerra, vamos dar um passo pra trás pra depois dar dois pra frente”, diz Renato Tamaio, do movimento Pátria Amada. “Nós vamos retornar aqui às 21h”.
Em janeiro deste ano, a Polícia Militar retirou manifestantes que obstruíam vias sem aviso prévio com bala de borracha e gás de pimenta. No dia 12 de janeiro, em ato do Movimento Passe Livre (MPL), policiais lançaram bombas para dispersar os manifestantes e ao menos sete pessoas ficaram feridas. No dia 22, houve uso de bala de borracha.
No início da tarde desta quinta (17), o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou que a SSP deixou claro ao movimento que o protesto precisava terminar na noite de quinta-feira porque haverá o protesto previamente marcado pelo PT e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em apoio a Lula e Dilma.
A manifestação não foi convocada por movimento social. Ela começou depois do anúncio da nomeação de Lula para a Casa Civil. A concentração começou no vão livre do Masp e logo foi ganhando adesão. O protesto seguiu pela noite de quarta e a madrugada. A Polícia Militar acompanhou o protesto.
Violência
Durante estas 24 horas foram registradas ao menos três casos de agressão. O primeiro foi contra um casal de jovens na noite de quarta-feira, no início do protesto.
Na manhã desta quinta (17), uma mulher foi agredida no rosto durante o ato. A agressão partiu de um manifestante do mesmo grupo quando o namorado da mulher tentava proteger um rapaz vestido com uma camiseta vermelha, que passava pelo local e foi hostilizado. Mais tarde, um adolescente de 17 anos foi perseguido por manifestantes. O jovem teve de ser escoltado por policiais, que usaram bombas de efeito moral e gás de pimenta para controlar os agressores.
Fonte:G1
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