“Minha oração por todos eles é que sejam um, tal como eu e o Senhor somos, ó Pai. Porque assim como o Senhor está em mim e eu no Senhor, assim estejam eles em nós, para que o mundo creia que o Senhor me enviou. Eu dei a eles a glória que o Senhor me deu, para serem um, como nós somos um: eu neles e o Senhor em mim, para que todos sejam levados à completa unidade, para que o mundo saiba que o Senhor me enviou, e compreenda que o Senhor os ama tanto quanto me ama” (Jo 17.21-23, NBV).
O texto acima é um fragmento da oração de Jesus pela unidade da Igreja. Unidade… você é um cristão atento para a importância dessa postura? Nem todos são!
Nem todos compreendem que a Igreja de Cristo não é formada por placas denominacionais, usos e costumes, mas, sim, por cada pessoa que entregou a vida ao Salvador e o obedece. Porque muitos não compreendem essa verdade, ainda é possível ver certa hostilidade entre cristãos que divergem em determinados aspectos da fé. Tais pessoas negligenciam a orientação registrada em Efésios 4.3 “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. Ao não se esforçarem para manter a unidade e por permanecerem em estado de animosidade, promovem má reputação acerca do que é ser igreja. Especialmente em nossos dias, com a aceleração do acesso à informação e o apogeu da internet e das redes sociais, tornou-se uma constante ver casos de ataques entre “irmãos”. Uma situação lamentável.
O que aconteceria se, ao invés de se digladiarem pelo que têm de diferente, os cristãos se abraçassem pelo que têm em comum? E se em lugar da agressividade dessem lugar ao diálogo?
É justamente com o objetivo de estimular a reflexão sobre alguns dos principais pontos que dividem a Igreja de Cristo e propor caminhos para que se abrace a unidade, apesar das discordâncias, que a Mundo Cristão lança o livro Igreja Sinfônica – Um chamado radical pela unidade dos cristãos, obra escrita por Pedro Lucas Dulci (organizador) e Carlos Henrique de Paula, Guilherme de Carvalho, Guilherme Franco, Igor Miguel, Marcos Almeida e Rafael Balestra, membros do Movimento Mosaico – iniciativa formada por cristãos das mais variadas linhas doutrinárias, voltada para a promoção da unidade da Igreja.
Em Igreja Sinfônica, os autores – evangélicos de diferentes tradições teológicas, mas unidos pelo mesmo ideal – sugerem uma reflexão urgente sobre a atual situação da igreja evangélica brasileira, por meio de uma abordagem ricamente contextualizada e embasada histórica e teologicamente. Diferente em sua proposta, já que combina uma perspectiva plural e harmônica, a obra não aponta apenas os focos de tensão do ser igreja no Brasil em pleno século 21, mas apresenta soluções para uma atuação significativa de todos aqueles que se dizem servos de Jesus Cristo. “Nosso objetivo não era descrever um horizonte utópico, mas testemunhar uma possibilidade real de frutificação a partir das diferenças. A distância geográfica e as variantes histórica e litúrgica entre nós sete não foram suficientes para impedir o cumprimento desse projeto”, diz Pedro Dulci.
Sem ser crítica da Igreja como instituição, tampouco utópica, imaginando que será possível reunir os cristãos em um único corpo eclesiástico, a publicação é marcada por uma visão factual, clara e sem rodeios acerca das dificuldades e limitações que os evangélicos enfrentam para conviver e da realidade do divisionismo e do espírito sectário que caracteriza muitos setores da cristandade.