O consumo regular de bebidas alcoólicas é tão comum quanto socialmente aceito entre a maior parte da população mundial.
Estima-se que anualmente cerca de 43% das pessoas consumam produtos etílicos. Contudo, dados coletados no último ano, apontam para o aumento desse número durante a pandemia.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, 2.3 bilhões de pessoas ingerem bebidas alcoólicas em pelo menos três continentes. Isso é equivalente a 6.4 litros de álcool puro, per capita.
Mas de acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde, o crescimento do etilismo, durante a Covid-19, equivale ao consumo aproximado de 1.7 litros de cerveja, por ocasião.
Ainda que seja um costume popularmente aceito, mais de três milhões de mortes no mundo são associadas ao alcoolismo todos os anos.
As estatísticas brasileiras indicam que a maior causa de acidentes letais no transito é decorrente do abuso da bebida alcoólica, e esta também apresenta fortes relações com os casos de suicídio no país.
Além disso, os efeitos do álcool podem causar problemas sérios e permanentes na saúde, deixando o paciente com danos cerebrais, pelagra, gastrite, e causando doenças bucais como as periodontites ou o aumento da propensão ao desenvolvimento do câncer de boca.
Como as bebidas agem no organismo?
Existem duas formas de produzir bebidas alcoólicas: a fermentação e a destilação. Cada uma destas técnicas resulta em diferentes níveis de concentração de álcool e, consequentemente, na rapidez e severidade dos efeitos no organismo.
Os drinques fermentados, como a cerveja e o vinho, são feitos a partir da transformação do açúcar presente nos ingredientes em álcool e gás carbônico. Eles costumam apresentar um menor teor alcoólico, sendo de aproximadamente 8%.
Enquanto isso, as bebidas destiladas, como a Vodka e o Whisky, são produzidas a partir da evaporação e concentração do álcool, que pode resultar em produtos com o teor de até 70%. Por isso, as bebidas destiladas são mais fortes e intoxicáveis.
A mistura destes dois tipos de bebidas potencializa ainda mais seus efeitos e podem causar perdas simples de controle motor, equilíbrio e memória, mas também provocam a falência múltipla de órgãos e o coma.
O álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central (SNC) e causa a diminuição da atividade cerebral, podendo ter efeitos sedativos ou anestésicos. Quando consumido em excesso, a bebida pode deixar o paciente inconsciente e até levá-lo a óbito.
O etanol é absorvido pelo estômago e difundido para todos os órgãos e líquidos do corpo através do sistema sanguíneo. Ele pode afetar o cérebro, coração, estômago e ainda é encontrado na placenta das gestantes.
Após aproximadamente uma hora, a bebida começa lentamente a ser metabolizada pelo fígado, que a transforma em acetaldeído, acetato, água e gás carbônico. Que são, por sua vez, elementos menos prejudiciais para o corpo.
Doenças que podem ser causadas pelo etilismo
Como o etanol está presente no sangue, ele altera o processo de absorção de nutrientes, causando as deficiências de vitaminas – como a B1, B6, B12 e C.
A falta desses elementos nutricionais é a principal causa da anemia, lesões nos nervos, neuropatias, depressão, feridas bucais e inflamação da pele.
Além disso, o uso contínuo de bebidas alcoólicas faz com que o paciente perca neurônios com frequência e possa desenvolver lesões cerebrais permanentes, bem como doenças como a demência precoce.
Em conjunto com esses sintomas, o uso excessivo dessa substância pode causar outras enfermidades, como:
- Hepatite alcoólica;
- Cirrose;
- Patologias emocionais;
- Polineurite;
- Úlceras cutâneas.
O etilismo prejudica, ainda, os procedimentos cirúrgicos, fazendo com que o funcionamento da anestesia seja comprometido e atrapalhando a recuperação.
Isso porque o consumo dessas bebidas dilata as veias e aumenta o inchaço e a inflamação do local, causando a rejeição de tratamentos como o implante dentario.
Esse consumo exagerado é, inclusive, uma questão de saúde pública, trazendo altos gastos em tratamentos médicos, psicológicos e estruturais para a união. Afinal, o controle da quantidade de bebida ingerida pela população pode impedir a incidência de até 80 mortes por dia.
Por isso, a dose máxima permitida por lei, no Brasil, é de 0.6 gramas por litro de sangue (caso a pessoa esteja dirigindo).
No entanto, segundo a medicina, não existe dosagem segura para garantir o bem-estar físico do paciente. Pois, mesmo as menores quantidades já causam efeitos negativos para a saúde.
Apesar disso, a OMS indica um limite máximo de 30 gramas de álcool por dia. O que equivale a duas latas de cerveja, três taças de vinho ou uma dose de destilados, como a pinga ou o gin.
Impactos do álcool na saúde bucal
Além de todos os problemas já citados, a saúde da boca também sofre grandes impactos com o etilismo, seja na estrutura dental, mucosa, ou mesmo em procedimentos previamente realizados.
Isso ocorre principalmente porque, devido ao seu efeito diurético, a produção salivar é comprometida e a boca torna-se mais seca e ácida.
Esse ambiente seco é ideal para o crescimento de bactérias bucais responsáveis pelo aparecimento de cáries, placas bacterianas e inflamações das gengivas.
Além disso, o ph mais baixo causa o desgaste do esmalte dentário e o déficit de cálcio – o que deixa os dentes e a estrutura mandibular mais fraca.
Mais ainda, ao entrar em contato com essa superfície desgastada, o contato do pigmento do vinho tinto pode estragar o efeito de procedimentos, como o clareamento dental, causando manchas mais profundas que podem ser mais difíceis de tratar.
Mas os impactos mais graves que a bebida pode ter na saúde bucal advém do aumento da probabilidade na aparição de inflamações graves e feridas cancerígenas.
Periodontite
Essa doença é resultado do agravamento de uma inflamação gengival não solucionada. Quando ela atinge estágios mais avançados, as bactérias passam a atacar os tecidos de sustentação dos dentes e a estrutura mandibular.
Aqui, o paciente pode perder irreversivelmente a massa óssea e o dente. Mas o que torna essa doença ainda mais severa é que os microrganismos infecciosos podem contaminar a corrente sanguínea e espalhar a enfermidade para outras partes do corpo.
Estudos indicam que as bactérias bucais podem ser responsáveis pelo surgimento de doenças cardiovasculares, gastrointestinais e respiratórias.
Além disso, elas podem se alojar no cérebro do paciente ou no útero de mulheres grávidas, causando o parto prematuro.
No caso da Covid, indícios apontam para a periodontia como uma das responsáveis pelo acometimento de quadros graves da infecção respiratória.
Na prática, isso se dá porque o vírus consegue se multiplicar mais rapidamente na saliva e, por meio das feridas bacterianas, infectar a corrente sanguínea.
Câncer de boca
Devido aos danos causados na mucosa bucal, o consumo de álcool é um dos principais fatores de risco no aparecimento do câncer de boca. Se combinado com o hábito de fumar, essa probabilidade se torna 20 vezes maior.
Esse tumor maligno pode aparecer em qualquer lugar da boca, na garganta, esôfago, laringe, faringe e no fígado.
Pela localização, costuma ser uma doença silenciosa que não apresenta sintomas perceptíveis até que o caso esteja mais sério.
Por isso, o cuidado adequado, evitar os fatores de risco e manter a regularidade das consultas odontológicas são hábitos que se fazem ainda mais necessários. Para tratamento, exige a remoção cirúrgica ou o tratamento por quimioterapia e radioterapia.
Como melhorar os cuidados com a saúde
Deste modo, motivos não faltam para repensar essa mania de beber assiduamente e diminuí-lo consideravelmente.
Se o paciente tem uma relação de adicção com a bebida, é preciso consultar um especialista que possa realizar um tratamento especializado para cada situação e, após a remissão do vício, procedimentos para recuperação da saúde geral e integridade bucal podem ser feitos.
Neste caso, conforme o acompanhamento adequado para o vício e com o odontologista, é possível verificar, por exemplo, quanto custa lente de contato dental, para recuperar estruturas com manchas mais profundas ou dentes que foram quebrados.
Mas, de modo geral, algumas mudanças no cotidiano também podem auxiliar na diminuição da ingestão alcoólica e com os cuidados bucais, mantendo a qualidade da saúde e prevenção de outros problemas bucais que possam ocorrer.
Crie novos costumes
As bebidas normalmente estão associadas a alguns tipos de atividades, como assistir televisão ou mexer no celular. Assim, mudar a rotina e realizar outras atividades que as substituam são formas eficazes de diminuir o consumo do álcool.
Por outro lado, manter consultas regulares com o dentista ajuda na identificação de feridas bucais que demoram a cicatrizar e possam ter uma natureza cancerígena.
Por isso, se você tem o costume de beber constantemente, é recomendável a realização de consultas uma vez a cada seis meses.
Essas consultas também são úteis para a realização de tratamentos odontológicos que garantam a beleza dos dentes e melhorem a autoestima do paciente, como a aplicação da lente de contato dental.
Estabeleça recompensas
O sistema de recompensas é fundamental para a criação de novos hábitos. Isso porque o cérebro gosta de repetir tarefas prazerosas, por isso substituir a cerveja ou o vinho por uma atividade agradável e relaxante pode facilitar a adoção de costumes mais positivos.
Realizar o autocuidado nos momentos de tensão e cansaço, por meio de uma rotina de skincare ou um alongamento corporal, bem como finalizar pequenas tarefas que estavam pendentes e são fáceis de resolver, melhora o estresse e dão a sensação de satisfação.
Além disso, lembre-se que as tarefas devem ser entendidas como mini-objetivos para um resultado final. Assim, premiar-se pode ser vantajoso ao relacionar tais atividades a uma sensação de prazer gerada pela recompensa.
Coma alimentos que te deixe feliz
Investir em comidas como o chocolate, a banana, o mel e até o espinafre, pode estimular a produção de serotonina e dopamina que auxiliam no controle do humor e na diminuição da ansiedade.
Só não esqueça de higienizar bem os dentes e o aparelho invisivel depois da alimentação, para não correr o risco de estimular as bactérias bucais e piorar quadros de inflamações gengivais e cáries.
Acompanhamento odontológico
As consultas regulares com o dentista são essenciais para qualquer paciente, mas as pessoas que costumam estar expostas aos danos bucais causados pelo álcool devem manter essas visitas ainda mais frequentes.
Elas são necessárias para garantir a saúde dos dentes e para ajudar a perceber quando o consumo de bebidas começou a extrapolar e te prejudicar.
O paciente pode aproveitar, ainda, para fazer a manutenção do aparelho dental invisivel ou até realizar tratamentos cosméticos de interesse.
Mesmo com a rotina de escovação correta alguns organismos nocivos à saúde bucal mais resistentes podem ficar acumulados em lugares de mais difícil acesso.
Em função disso, a limpeza profissional dos dentes é fundamental para evitar doenças e deve ser realizada com regularidade indicada pelo profissional
Além disso, o dentista pode orientar para os cuidados necessários e sanar dúvidas sobre quanto custa lente de contato dental, por exemplo, aliando a saúde almejada com um sorriso ainda mais belo, recuperando o paciente.