Catástrofe global de alimentos: Centenas de milhões enfrentam fome

Especialistas alertam que o mundo enfrenta uma fome histórica, afirmando que a guerra na Ucrânia é apenas um dos muitos problemas que assolam a distribuição global de alimentos.

Além disso, eles alertam que nos próximos meses, os alimentos serão mais difíceis de encontrar em muitas outras nações. Vários problemas estão dizimando o suprimento mundial de alimentos, sendo chamada de a maior crise alimentar desde a Segunda Guerra Mundial.

Segundo a estimativa do Programa Mundial de Alimentos, 285 milhões de pessoas enfrentam fome. O chefe do Programa Mundial de Alimentos, David Beasley, diz que o fornecimento mundial de alimentos já enfrentou uma catástrofe antes da guerra na Ucrânia.

“Já estamos com poucos fundos, e agora com a Ucrânia, temos 50% de rações para as pessoas, por exemplo, no Iêmen, acabei de cortar 50% de rações para oito milhões de pessoas. Níger, 50% rações, Chad 50% rações. E 50% não têm nada, aqueles que estão em extrema necessidade”, disse Beasley.

Nos EUA, os americanos viram os custos com alimentos aumentarem 10% em relação ao ano passado, o aumento mais acentuado em 40 anos, o que especialistas dizem que levará a um aumento da desnutrição entre os pobres da América.

De acordo com CBN News, a Rússia e a Ucrânia produzem juntos quase um terço do trigo mundial. Mas os agricultores ucranianos foram deixados de lado e as exportações russas foram sancionadas.

O reverendo Eugene Cho, presidente e CEO da Bread For the World, afirma que os EUA precisam fazer mais para combater a fome global, pedindo ao Congresso que aprove US $3,8 bilhões em financiamento suplementar de emergência.

“Vamos apenas falar sobre o Afeganistão, 98% da população não tem comida suficiente para comer. Um milhão de crianças menores de cinco anos podem morrer de desnutrição até o final deste ano. No Iêmen, oito milhões de pessoas precisam muito de comida”, disse.

Oklahoma aprova projeto de lei que torna a realização de aborto um crime

Na terça-feira, legisladores de Oklahoma aprovaram uma medida que tornaria a realização de um aborto um crime, com exceção apenas durante uma emergência médica que exige salvar a vida da mãe.

A lei conhecida como SB 612 afirma que uma pessoa condenada por realizar um aborto enfrentaria até 10 anos de prisão e uma multa de US$ 100 mil. A Câmara controlada pelos republicanos votou 70-14 para aprovar a lei.

Agora a mesma vai para Gov. Kevin Stitt (R) que disse que assinaria qualquer legislação pró-vida que viesse à sua mesa. Se assinada, a mesma se tornaria lei neste verão em Oklahoma.

A lei, aprovada no Senado de Oklahoma no ano passado, é apenas uma das várias medidas pró-vida ainda ativas na legislatura de Oklahoma. Segundo o senador Nathan Dahm (R-Broken Arrow), que escreveu SB 612, o Projeto de Lei do Senado é a legislação pró-vida mais forte do país agora, que efetivamente elimina o aborto em Oklahoma.

“Desde meu primeiro dia no cargo, proteger os não nascidos tem sido uma das minhas principais prioridades”, disse Dahm, segundo a CBN News.

O deputado estadual Jim Olsen (R-Roland), autor da versão da Câmara do projeto de lei, disse que essa é a legislação pró-vida mais forte de Oklahoma já enviada ao governador.

“Enquanto resistir aos desafios judiciais, faz tanto para proteger vidas inocentes não nascidas desde o momento da concepção”, disse Olsen.

Arizona e outros 11 estados decidem banir atletas trans de competições femininas

Na quarta-feira, o governador republicano do Arizona, Doug Ducey, assinou um projeto de lei que impede meninas transexuais de participar em esportes escolares femininos e outro projeto que proíbe a cirurgia de redesignação de gênero para menores.

Segundo Ducey, as duas medidas, o Projeto de Lei 1138 do Senado e o Projeto de Lei 1165 do Senado, foram assinadas na tentativa de garantir que as meninas e jovens que se dedicaram ao seu esporte não percam oportunidades.

A SB 1138 afirma que um médico ou outro profissional de saúde não pode fornecer procedimentos de transição de gênero para qualquer indivíduo com menos de dezoito anos de idade. Já a SB 1165 impede mulheres transexuais de jogarem em equipes femininas.

“Hoje assinei S.B. 1138 e S.B. 1165, legislação para proteger a participação e a equidade para atletas mulheres e garantir que indivíduos submetidos a cirurgia irreversível de redesignação de gênero sejam de idade adulta”, escreveu o governador.

Segundo a Fox News, Ducey afirma que a legislação é de senso comum, garantindo que os residentes transgêneros no estado continuem a receber a mesma “dignidade, respeito e bondade que todos os indivíduos em nossa sociedade”.

“A natureza irreversível desses procedimentos ressalta por que tal decisão deve ser tomada como adulto, não como criança, e apoia ainda mais a importância desta legislação”, afirma.

Restos de 110 bebês abortados são obtidos por ativistas pró-vida para terem enterro dignoRestos de 110 bebês abortados são obtidos por ativistas pró-vida para terem enterro digno

Ativistas da organização pró-vida Progressive Anti-Abortion Uprising (PAAU) nos Estados Unidos deram um enterro digno para mais de 100 bebês abortados, depois de obterem uma caixa com os restos mortais na saída de uma clínica de aborto.

Em entrevista à WUSA TV, Lauren Handy e Terrisa Bukovinac contaram que receberam os corpos de 115 bebês de uma empresa de transporte de resíduos médicos, que estava estacionada ao lado da clínica de aborto Washington Surgi-Clinic, em Washington, no dia 25 de março.

Segundo as ativistas, elas estavam se preparando para começar a rotina de aconselhamento em frente a clínica quando viram um caminhão da Curtis Bay Medical Waste Services e perguntaram ao motorista se poderiam pegar uma das caixas.

Ele disse que o conteúdo poderia ser de restos fetais. Então, Terrisa respondeu que daria aos bebês “um enterro e um funeral apropriados” e o motorista permitiu que as ativistas levassem uma das caixas.

AJ Hurley, diretor da organização “Survivors of the Abortion Holocaust” e amigo de Handy, contou que recebeu uma ligação das duas ativistas, logo depois de pegarem a caixa com os restos mortais.

“Eu estava em Nova York na época, e as garotas meio que surtaram. Elas me ligaram e pediram freneticamente que eu fosse para lá o mais rápido possível”, disse ao Faithwire.

Hurley e as ativistas ficaram chocados ao ver o conteúdo da caixa: 10 bebês do primeiro trimestre dentro de copos de dentadura e outros cinco bebês grandes em baldes brancos. “Eu nunca vi nada tão maligno e grotesco em toda a minha vida. Meus primeiros pensamentos foram: ‘Nunca mais serei o mesmo’”, revelou.

Mais tarde, Handy e Terrisa realizaram o funeral de 110 dos restos fetais com a ajuda de um padre e guardaram os outros cinco bebês grandes no apartamento de Handy, com o objetivo de entregá-los às autoridades, acreditando que haviam sido abortados fora da lei.

A Progressive Anti-Abortion Uprising (PAAU) trabalhou com advogados para pedir uma investigação da situação. “Há evidências incrivelmente fortes de que crimes federais foram cometidos. A maneira como alguns deles foram mortos, desmembrados e entregues é altamente suspeito”, ressaltou Hurley.

Enfrentando investigações

Na quarta-feira passada (30), Handy foi acusada e presa, após a polícia descobrir os restos fetais em seu apartamento. Porém, a acusação contra a ativista não está relacionada com a posse da caixa com os bebês abortados.

Junto com outras oito pessoas, a cristã foi indiciada na semana passada sob a acusação de obstruir o acesso a uma clínica de aborto durante um protesto em 2020, violando a Lei de Liberdade de Acesso a Entradas de Clínicas.

Handy se declarou inocente na segunda-feira (4). Ela pode ser condenada a uma multa de 350 mil dólares e a 11 anos de prisão.

“Eu sempre peso os custos antes de tomar uma decisão, especialmente uma decisão tão grande quanto o resgate. Eu calculei o custo e acredito que seguir a Cristo vale a pena. Acredito que vale a pena segui-lo até o Calvário”, declarou Handy, em entrevista ao The Pillar.

As autoridades estão investigando como as ativistas conseguiram os restos fetais e afirmaram que não planejam fazer uma investigação e uma autópsia nos cinco bebês de idade geracional tardia.

“Pode parecer loucura que as pessoas tenham um bebê abortado. O movimento pró-vida tem uma história de tratar essas crianças abortadas com dignidade e respeito, tirando-as das lixeiras e dando-lhes um enterro cristão digno”, explicou AJ Hurley.

Para ele, que também é ativista pró-vida, as mulheres que enterraram os bebês não devem ser repreendidas, mas aqueles que “massacraram” as crianças.

“Tratar esses bebês como lixo e colocar o foco nas pessoas que querem dignificá-los como se fossem malucos lunáticos e não focar onde deveria estar é uma raiva muito deslocada”, observou Hurley.

Mulher realiza casamento na UTI para que avô pudesse participar

Hailey Carvey decidiu realizar seu casamento na UTI para que seu avô, alguém muito importante para ela, que está internado em estado terminal  pudesse participar de seu casamento.

Jose Guzman, avô de Hailey ao qual ela considera como um pai, estava lutando contra o câncer. Em meio à preparação para o casamento, a família logo descobriu sobre a sua pouca expectativa de vida pelo seu câncer que se espalhou rapidamente e o tratamento quimioterápico não era mais eficaz.

Durante meses, Hailey e seu noivo Ethan planejaram se casar em maio. No entanto, após a notícia, o casal decidiu mudar seu casamento o mais rápido possível. Hailey queria que Jose testemunhasse o melhor dia de sua vida.

“Eu não sei o que teria feito se não o tivesse lá. Isso me quebrou, e eu estava pensando na minha cabeça, ‘Ele tem que sair daqui, porque ele tem que estar lá”, disse Hailey.

Como resultado, com a ajuda de funcionários do Logan Health Medical Center, o casal teve seu casamento no hospital. Eles iniciaram o evento em uma sala de UTI onde o avô de Hailey é um paciente.

De acordo com God TV, em 25 de março de 2022, Hailey e Ethan se casaram com o pai de Hailey como uma das testemunhas em meio a UTI.

78 bebês são salvos em campanha de oração contra o aborto: “Não quero machucar meu filho”

Mais de 70 bebês foram salvos durante uma campanha de oração contra o aborto, que iniciou no dia 2 de março em todo o mundo.

A campanha pró-vida foi organizada pelo ministério cristão “40 Dias pela Vida”, que promove todo ano 40 dias de intercessão e jejum pelo fim do assassinato de bebês. Nesse período, cristãos voluntários também realizam vigílias pacíficas em frente a clínicas de aborto em diversos países.

De acordo com uma contagem no site do ministério, na primeira semana de oração, 78 bebês foram salvos. Dois deles estavam prestes a serem abortados em uma clínica de Chicago, nos Estados Unidos, quando as mães mudaram de ideia ao conversarem com os cristãos.

Uma das mulheres tinha ido a clínica de aborto com o pai do bebê. “Não quero machucar meu filho”, disse ele a Anne Marie, uma das voluntárias do “40 Dias pela Vida”.

E Anne respondeu: “Deus fará de você o que você precisa ser para cuidar dessa criança”. A conversa em frente a clínica levou os pais a desistirem de abortar o filho.

“Não só o casal reconsiderou. Eles disseram a Anne Marie que não iriam fazer o aborto e até que se juntariam a ela em oração na calçada”, relatou Joe, um dos líder da campanha.

No mesmo dia, Anne também ajudou a salvar outro bebê de uma mãe que foi à clínica. A mulher não quis falar com a cristã no início, mas conversou com ela ao sair do local.

“O bebê estava com apenas seis semanas e era muito cedo para a clínica concluir o procedimento de aborto. Anne Marie explicou [que] sua incapacidade de continuar com o aborto foi uma segunda chance de se afastar dele”, contou Joe. Então, a mãe decidiu seguir com a gestação.

A campanha “40 Dias pela Vida”, que acontece desde 2007, vai até o dia 10 de abril, em mais de mil cidades em 63 países.

No ano passado, o ministério alcançou o marco histórico de 20 mil bebês resgatados do aborto desde a fundação da organização.

Prefeita ucraniana e família são encontrados mortos em Kiev

Olga Sukhenko, prefeita da cidade ucraniana de Motyzhyn, foi encontrada enterrada em uma cova rasa nos arredores de Kiev. Os corpos de Ihor Sukhenko e Oleksandr, seu marido e filho, respectivamente, também foram encontrados no mesmo local.

De acordo com a imprensa ucraniana, a família estava desaparecida desde o dia 26 de março. A vice-diretora do Conselho Regional de Kiev, Tetiana Semenova, foi a primeira a relatar o sumiço. Ela afirma que os militares russos tinham a intenção de levar apenas a prefeita.

– Eles [os militares russos] queriam apenas levar Olga, mas o marido insistiu que iria com ela. Depois de seis horas, eles também levaram o filho dela. Mais 20 moradores de Motyzhyn estão sendo mantidos em cativeiro. Há suspeita de que um traidor estava agindo na aldeia, que disse aos ocupantes onde moravam o chefe e [quem eram] os moradores ativos – relatou Semenova.

Os três corpos encontrados estavam com vendas e sinais de tortura e execução. A nora da prefeita publicou um texto de pesar nas redes sociais.

– Não sei escrever sobre isso. Sasha [filho de Olga] e seus pais se foram. Não tenho palavras e energia suficientes para descrever como eu e toda a minha família nos sentimos. Isso é um crime. Em todos os sentidos. Todos os envolvidos serão levados à Justiça – escreveu.

ATAQUE EM BUCHA
O governo ucraniano afirma ter encontrado 410 cadáveres e um cenário de profunda devastação nas cidades reocupadas após a saída das tropas russas da região de Kiev. A procuradora-geral, Irina Venediktova, fala em crimes de guerra, enquanto o Kremlin nega o massacre.

Somente na cidade de Bucha, a prefeitura contabilizou mais de 280 corpos em estado de decomposição, em valas comuns. Os invasores russos deixaram a cidade após o ataque das forças ucranianas; mas, antes, teriam assassinado civis. Além das mortes, há denúncias de estupros infligidos a mulheres ucranianas.

A Rússia, no entanto, nega ter cometido crimes de guerra e acusa o governo ucraniano de encenar uma “performance” para envenenar a mídia ocidental contra os russos.

OMS estabelece plano para saída de fase emergencial da pandemia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira (30) um plano atualizado para a covid-19, estabelecendo importantes estratégias que, se implementadas em 2022, permitirão que o mundo saia da fase emergencial da pandemia.

O plano inclui três cenários possíveis para como o vírus pode evoluir no próximo ano.

“De acordo com o que sabemos agora, o cenário mais provável é que o vírus da covid-19 continue evoluindo, mas a gravidade da doença que ele causa irá reduzir com o tempo enquanto a imunidade aumenta por conta da vacinação e das infecções”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante um briefing.

Nesse cenário base, que serve como modelo de trabalho para a OMS, o vírus causa menos surtos graves, com altas periódicas em números de transmissão com a redução da imunidade. As doses de reforço podem ser necessárias para os que estão em maior risco. O vírus pode certamente entrar em um padrão sazonal, com picos nos meses mais frios, assim como a influenza.

No melhor cenário da OMS, as variantes futuras seriam “significativamente menos graves”, e a proteção de doenças graves seria de longa duração, sem a necessidade de doses futuras de reforço ou mudanças significativas nas vacinas atuais.

No pior cenário, o vírus se transforma em uma ameaça nova, altamente transmissível e mortal. Nesse cenário, as vacinas seriam menos eficientes e a imunidade para doenças severas e morte cairia rapidamente, o que exigiria mudanças significativas nas atuais vacinas e uma campanha ampla de doses de imunidade para grupos mais vulneráveis.

Para ajudar a sair da fase emergencial, a OMS pediu que países mantenham ou aumentem suas capacidades de vigilância em relação ao vírus, para assim estarem atentos a sinais iniciais sobre mudanças no vírus. A entidade também pediu o melhoramento das habilidades de detecção da covid longa, para rastrear e reduzir consequências de longo prazo após o fim da pandemia.

Flórida sanciona lei que limita ensino sobre orientação sexual nas escolas

O projeto de lei “Direitos dos Pais na Educação”, assinado pelo governador da Flórida, Ron DeSantis, limita o ensino sobre orientação sexual ou identidade de gênero por professores em salas de aula.

A proposta, apelidada por ativistas do movimento LGBTQI+ como “Don’t Say Gay” (em português, “não diga gay”), foi assinado na sexta-feira (25).

O texto propõe que o ensino sobre orientação sexual e identidade de gênero seja limitado nas escolas e autoriza que pais processem instituições que dedicam tempo de ensino a esses tópicos.

O projeto de lei HB 1557 prevê que o Estado, suas subdivisões políticas, qualquer outra entidade governamental ou outra instituição não podem infringir os direitos fundamentais de um pai para dirigir a educação, cuidados de saúde e saúde mental de um filho menor.

Sobre a Educação, especificamente, diz que “Um distrito escolar não pode incentivar a discussão em sala de aula sobre orientação sexual ou identidade de gênero nos níveis primários”.

O projeto de lei enumera uma lista de direitos que um pai possui para dirigir a educação de seu filho e ser informado sobre os programas educacionais da criança.

Ele também exige que um distrito escolar promova o envolvimento dos pais no sistema escolar público, fornecendo acesso aos estudos e materiais de instrução da criança, ao mesmo tempo em que reconhece o direito dos pais de retirar a criança de partes censuráveis ​​do currículo escolar.

‘Proteção às crianças’

O governador da Flórida, que é do Partido Republicano, referiu-se à lei como “proteção às crianças”.

DeSantis afirmou em seu prefil do Twitter: “O projeto de lei que assinei hoje oferece proteção aos pais, garantindo a transparência curricular nas escolas. Na Flórida, estamos capacitando os pais.”

Durante uma coletiva de imprensa antes da assinatura da lei, DeSantis disse que ensinar crianças em fase pré-escolar que “elas podem ser o que quiserem” era “inadequado” para a idade.

Considerado polêmico, o projeto recebeu críticas e aprovações, muitas delas manifestadas no perfil do Twitter do governador DeSantis, que recebeu, até o momento, mais de cinco mil respostas e 36 mil curtidas.

Coreia do Norte confirma disparo de míssil intercontinental e diz estar pronta para ‘confronto’ com os EUA

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, supervisionou pessoalmente o disparo de um “novo tipo” de míssil balístico intercontinental e afirmou que seu país está preparado para um “confronto a longo prazo” com os Estados Unidos, informou a imprensa estatal norte-coreana nesta sexta-feira (25).

Pyongyang lançou na última quinta-feira, pela primeira vez desde 2017, um míssil intercontinental de pleno alcance, que chegou mais alto e mais longe do que qualquer projétil previamente testado pelo país, que tem capacidade nuclear.

O teste do “novo tipo de míssil balístico intercontinental”, o Hwasong-17, foi realizado sob a “orientação direta” do líder Kim, informou a agência KCNA.

Ele disse que a nova arma “desempenhará sua missão como uma poderosa dissuasão ante uma guerra nuclear” e “tornará o mundo claramente consciente do poder” das Forças Armadas estratégicas do país, segundo declarações colhidas pela agência.

O país tem “uma formidável capacidade militar e técnica, imperturbável diante de qualquer ameaça militar ou chantagem”, e está “totalmente preparado para um confronto de longo prazo com os imperialistas americanos”, acrescentou.

O Hwasong-17, um míssil balístico intercontinental (ICBM) gigantesco, foi exibido pela primeira vez em um desfile em outubro de 2020 e considerado um “míssil monstro” por analistas.

Seu primeiro teste provocou indignação entre os países vizinhos e o governo dos Estados Unidos, que decretou novas sanções contra entidades e indivíduos da Coreia do Norte e da Rússia, acusadas de “transferir artigos sensíveis ao programa de mísseis” de Pyongyang.

A mídia estatal exibiu imagens de Kim caminhando na pista do aeroporto, em frente ao longo míssil, ou celebrando o lançamento com outras autoridades.

“O míssil, lançado do aeroporto internacional de Pyongyang, deslocou-se a uma altitude máxima de 6.248,5 km e voou 1.090 km por 4.052 segundos antes de atingir com precisão uma área predefinida em águas abertas” no Mar do Japão, detalhou a KCNA.

O Exército da Coreia do Sul calculou o alcance do míssil em 6.200 quilômetros, muito além da estimativa para o Hwasong-15, que Pyongyang testou em outubro de 2017.

O projétil caiu na zona econômica exclusiva do Japão, o que provocou uma resposta furiosa de Tóquio. A KCNA garante que o lançamento foi feito “no modo vertical, em consideração à segurança dos países vizinhos”.

“A Coreia do Norte fez um progresso qualitativo importante”, declarou à AFP o analista de segurança Ankit Panda.

“Os norte-coreanos estão no limiar de aumentar significativamente a ameaça aos Estados Unidos”, advertiu, antes de afirmar que esse ICBM pode transportar várias ogivas e evitar facilmente os sistemas de defesa antimíssil.

Seul, Washington e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticaram o lançamento, que violou as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, reunido nesta sexta-feira em caráter de emergência.

Ruptura da moratória

Apesar das sanções internacionais mais severas devido a seu programa armamentista e nuclear, a Coreia do Norte executou uma dezena de testes desde o início do ano.

Pyongyang suspendeu oficialmente os testes de longo alcance enquanto o dirigente Kim Jong Un participava de negociações de alto nível com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas as conversações fracassaram em 2019 e estão paralisadas desde então.

O país havia alertado neste ano que poderia abandonar a moratória, enquanto Washington e Seul avisaram que o disparo de um ICBM estava sendo preparado, com o lançamento de componentes do Hwasong-17 camuflados como satélites.

Na semana passada, a Coreia do Sul relatou um teste fracassado no mesmo aeroporto de Pyongyang: o projétil teria explodido no céu da capital. Analistas afirmaram que era o Hwasong-17.

A KCNA disse que o teste mais recente demonstrou que a arma atende aos “requisitos de design” e pode ser usada “em tempos de guerra”.

“Este teste parece ‘compensar’ o lançamento frustrado da semana passada”, declarou à AFP Soo Kim, analista da Rand Corporation e ex-funcionária da CIA. “O regime parece bastante satisfeito com o resultado”, acrescentou.

Os avanços acontecem às vésperas do 110º aniversário do nascimento de Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual líder, em 15 de abril. O regime costuma usar as efemérides para demonstrar sua capacidade militar.

Também ocorrem em um momento de instabilidade internacional e regional, consequência do conflito na Ucrânia e do período de transição na Coreia do Sul até a posse do presidente eleito Yoon Suk-yeol, em maio.